Brasília, 2/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje, na abertura da Conferência Internacional de Auditoria Ambiental, que o Brasil vive, neste momento, "uma travessia para o desenvolvimento". Lula se referia à velocidade com que seu governo está abrindo os mercados externos, com grande potencial de demanda, e deu como exemplo a recente viagem à China. "Necessitamos de velocidade equivalente e robustez proporcional na retomada do nosso investimento interno", ressaltou o presidente.
Ele destacou, entretanto, a necessidade de que o setor público e o privado destinem recursos maciços, em grandes projetos de logística e produção, "para que as portas abertas pela diplomacia brasileira não se fechem pela escassez de ofertas".
Lula fez questão de lembrar que seu governo não pode mais retardar obras estratégicas por conta da "anemia" operacional herdada do passado. "Até 2002, o Ibama dispunha de apenas sete analistas para o licenciamento ambiental em todo o país. Nós já contratamos mais 72 técnicos e abrimos concurso público para outros 150, destinados especificamente para as áreas de petróleo e hidrelétrica", afirmou o presidente.
Segundo ele, um novo modelo no setor elétrico brasileiro, a partir de seu governo, passa a oferecer aos investidores, opções seguras de projetos da esfera ambiental licenciados antecipadamente. O presidente lembrou, entretanto, que, num passado muito recente, não era assim. "A atrofia deliberada do setor público levou a uma inversão de valores. O mesmo governo liberava concessão e depois negava licença ambiental para execução do projeto, numa falta de sintonia que levou à paralisação de diversas áreas estratégicas, em especial no setor hidrelétrico, que agora estamos revisando", destacou Lula. De acordo com o presidente, em seu governo existe um interesse social de fazer da questão ambiental uma responsabilidade coletiva.
Na abertura da Conferência Internacional de Auditoria Ambiental, que está sendo realizada no Blue Tree Park Hotel, em Brasília, foi lançada uma cartilha de licenciamento, elaborada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), promotor do encontro. O presidente do TCU, ministro Valmir Campelo, explicou que a iniciativa vai ajudar na execução das obras públicas dentro da legislação ambiental.