Mercado financeiro eleva expectativas de inflação

31/05/2004 - 9h41

Brasília, 31/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - O mercado financeiro sinalizou ligeira elevação, nesta semana, nas expectativas de inflação para o ano, de acordo com a pesquisa realizada na última sexta-feira, pelo Banco Central, com analistas e instituições financeiras.

A informação consta do Boletim Focus distribuído hoje pela instituição, acrescentando que a previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o ano evoluiu de 6,36%, na semana anterior, para 6,50% - distante cada vez mais do centro da meta oficial de 5,5%. Também sobem as previsões de IPCA para este mês, de 0,46% para 0,50%, com estimativa de igual índice também para os preços no varejo, em junho.

Segundo o relatório, os demais indicadores de inflação acompanham a alta. Em especial no atacado, onde o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) aumentou de 9,42% para 9,58%, e o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) de 9,32% para 9,83%. Até mesmo o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (IPC-Fipe), pesquisado pela Universidade de São Paulo (USP), só no mercado paulista ultrapassou pela primeira vez no ano a meta oficial de 5,50%, assinalando prognóstico de 5,53%.

O mercado aumentou, ainda, a previsão de majoração dos preços administrados ou monitorados (combustíveis, energia elétrica, telefonia e outros serviços), cuja projeção, no início de maio, indicava 7,20%, em 2004. Diante da estimativa do Comitê de Política Monetária (Copom), que há duas semanas previu aumento das tarifas de energia elétrica residencial, o mercado jogou a expectativa para 7,60%.

Aumentou, também, a estimativa para a taxa de câmbio no final do ano, que deve fechar em R$ 3,10 por dólar norte-americano, e a previsão para a taxa básica de juros (Selic) manteve-se em 14,50% (13% em 2005).

Os demais indicadores mantiveram-se estáveis: saldo da balança comercial em US$ 26 bilhões; saldo de conta corrente em US$ 2,40 bilhões e investimentos estrangeiros diretos em US$ 12 bilhões. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deve ser mesmo de 3,50% e a relação da dívida líquida do setor público com o PIB permanece em 57%.