Educação considera insuficientes recursos destinados às Universidades

31/05/2004 - 18h23

Brasília, 31/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - O ministro interino da Educação, Fernando Haddad, admitiu hoje que os recursos previstos para o custeio das instituições federais de ensino superior, em 2004, estão aquém do necessário. Haddad ressaltou também que o Ministério da Educação (MEC) estará trabalhando para reverter essa realidade.

"Entendemos que o orçamento de 2004 é insuficiente para que as instituições cheguem ao final do ano sem acumular novas dívidas. A bola está conosco e teremos que estender a mão", afirmou o ministro durante a solenidade de posse do reitor da Universidade Federal de Lavras (MG), professor Antônio Nazareno.

Atualmente, as 54 universidades federais do país possuem cerca de R$ 654 milhões para despesas com pessoal, manutenção de equipamentos e laboratórios. Desse total, R$ 54 milhões fazem parte de uma emenda articulada pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) com parlamentares, para aliviar as contas das universidades.

Haddad disse, ainda, que o MEC precisa resolver a crise para garantir a realização das medidas propostas pela Reforma Universitária, que será entregue ao Congresso Nacional em novembro. "Estamos tentando encontrar uma saída, no sentido de tornar factível o processo da Reforma Universitária", explicou o ministro interino.

Ele revelou que o ministério tem enfrentado mais problemas na Escola Paulista de Medicina, pertencente à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a maior do Brasil. De acordo com o ministro, a certificação dos Hospitais Universitários, recém regulamentada pelo MEC, poderá por fim à falta de verbas, mas o problema enfrentado pela UFRJ ainda requer atenção.

"Os dois problemas terão tratamentos diferenciados, embora todo sistema apresente dificuldades em fechar suas contas, como tem acontecido nos últimos anos. Em 2004, começamos a reverter isso e, em 2005, espero que a realidade seja outra", disse ele.

No pronunciamento, realizado para um pequeno grupo de reitores e professores que acompanhou a posse, Haddad se mostrou preocupado com o desconhecimento, por parte da sociedade, sobre a produção universitária. Segundo ele, um dos objetivos do MEC é mostrar com mais clareza para a opinião pública os resultados obtidos pela comunidade acadêmica.

"Nos últimos anos, as instituições passaram por um aperto muito além do que seria razoável. Houve uma busca incivilizada pela eficiência, mas sem atendimento e sem contrapartida. A universidade pública foi acusada de ineficiência pela sociedade, que está desinformada sobre a longa contribuição das universidades e sobre tudo que é benéfico", completou.