Brasília - No discurso que fez ao participar na fábrica da Perdigão, em Rio Verde (GO), na cerimônia de contratação dos funcionários de números 5.000 e 5.001, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o país passa por um fenômeno contrário ao da migração para os grandes centros, que ocorreu nas décadas de 40 a 70. O presidente lembrou que, de janeiro a março, o país criou 347 mil novos empregos, sendo dois terços fora das regiões metropolitanas, ou seja, em pequenas e médias cidades.
"É verdade que, na década de 40, na década de 50, na década de 60 ou até na década de 70, brasileiros do Brasil inteiro saíam com as suas famílias e naquele tempo não tinha IBGE, não tinha Dieese para medir o desemprego. Mas a gente sabia que tinha desemprego lá, porque minha mãe, quando pegou os oito filhos, os colocou num pau-de-arara para ir para São Paulo é porque queria que os filhos arrumassem emprego. Então, agora nós não temos mais o fenômeno aquela época, quando milhões de pessoas deixavam os estados mais pobres para se dirigirem aos grandes centros urbanos", disse Lula.
Lula disse ainda que muita gente começa a deixar os grandes centros urbanos para voltar à sua terra natal, "e isso pode ser um bem extraordinário se a gente conseguir fazer com que o desenvolvimento regional acompanhe essa possível volta de muita gente que está nos grandes centros urbanos " completou o presidente.
Quanto à situação dos jovens nas regiões metropolitanas, o presidente Lula, disse que está preocupado, e que, além dos 50 mil recrutas a mais que as Forças Armadas devem convocar nestas áreas, o governo estuda um programa para oferecer 100 mil cursos profissionalizantes de seis meses a adolescentes que vivem em grandes centros urbanos.
"Estamos pensando em colocar mais 100 mil para fazer curso de seis meses e eu espero que o Sesi, Sebrae, Sesc e Senai dêem a sua contribuição para que a gente tire esses jovens da área de risco em que eles se encontram e destaque para ele a possibilidade de que há um mundo a ser conquistado e que vai depender um pouco da sua disposição, vai depender um pouco da sua vontade e dos nossos compromissos", afirmou Lula.