Brasília, 5/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - Cinco milhões de pessoas em todo o Brasil são portadoras de hepatite. Cerca de dois milhões são portadores crônicos de hepatite B e três milhões de hepatite C. Eles representam oito vezes mais o número de portadores de HIV/Aids, segundo o Ministério da Saúde.
A hepatite B é considerada um grave problema para a saúde pública. A doença pode evoluir para a cirrose ou câncer de fígado. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), quase dois bilhões de pessoas em todo o mundo já tiveram contato com o vírus da hepatite B e 325 milhões se tornaram portadores crônicas da doença. A OMS acredita que existam 170 milhões de pessoas com hepatite C, que é hoje a doença crônica infecciosa mais importante no mundo.
Para debater sobre o tema, considerado importante para a saúde pública pelo Ministério da Saúde, um encontro internacional será realizado em Recife amanhã e sexta-feira. O Brasil vai receber especialistas da Inglaterra, Espanha, Estados Unidos e Argentina.
Um convênio entre o Ministério da Saúde e a Universidade de Pernambuco vai viabilizar uma pesquisa para identificar a prevalência das hepatites virais no Brasil. O investimento deve ser de R$ 2,2 milhões. A pesquisa será feita com aproximadamente 31,2 mil pessoas a partir dos 5 anos de idade, residentes na zona urbana de todas as capitais brasileiras. O estudo deverá ser concluído no final de 2005.
Muitos portadores da doença nem sabem que a tem. Ao contrário do que muitos imaginam, nem sempre a pessoa que está com hepatite apresenta sintomas como pele amarela, urina escura e fezes brancas. Em vários casos a doença é "silenciosa". Quando é feito o diagnóstico, o fígado já está comprometido, o que dificulta a recuperação do paciente e podendo causar a morte.