Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - As organizações não-governamentais brasileiras avaliam que ainda há um vasto caminho a ser percorrido pelo governo Lula para atender às mudanças esperadas pelo setor. O diretor-geral da Associação Brasileira das ONGs (ABONG), Jorge Durão, afirmou que essa avaliação está relacionada "à falta de definição clara de uma política de desenvolvimento e das limitações e equívocos da política econômica".

Frisou, por outro lado, que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva representa um avanço importante na questão do racismo e do reconhecimento de uma especificidade da problemática da desigualdade social. Indicou, entretanto, que "é um paradoxo que o governo não tenha avançado nas políticas públicas sociais que ajudariam a desfazer essa desigualdade".

Jorge Durão explicou que as ONGs estão preocupadas com as restrições impostas pela política econômica que deixariam de favorecer a implantação de políticas sociais universalistas. "A preocupação da ABONG é de que haja políticas sociais que resultem efetivamente na superação da pobreza e não políticas para os pobres desenhadas de maneira limitada, de caráter apenas emergencial", manifestou.

Segundo o diretor-geral da ABONG, "as ONGs não estão a fim de deixar passar sem críticas uma estratégia que não seja efetiva, no sentido da redução das desigualdades sociais". A ABONG dará continuidade amanhã (14), no Hotel Novo Mundo, ao seminário de avaliação do governo Lula, analisando a participação das ONGs nos mecanismos institucionais do governo federal.