Fortaleza, 24/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - A tuberculose está se estabilizando no Ceará. Os números da Secretaria Estadual de Saúde mostram que na última década houve uma estagnação no surgimento de novos casos. Segundo a Dra. Solange Sandra Leite Campos, supervisora do Núcleo de Atenção à Saúde do Adulto, entre 1992 e 2002 a média ficou em 48,7 casos por 100 mil habitantes o que ela acredita que está dentro da média nacional.
Para reduzir esse número não bastam apenas ações na área de saúde já que as causas estão ligadas às condições sócio-econômicas da população.
No entanto, são as ações de saúde que evitam que o número cresça. Ela explicou que em todo o estado há 1.200 equipes de atendimento à Saúde da Família além de 10 mil agentes de saúde, capacitados a identificar os chamados sintomáticos respiratórios "que são pessoas com tosse e expectoração por mais de três semanas seguidas". Em 2002, 69 mil pessoas foram identificadas como sintomáticos respiratórios. Desse total, 3.280 estavam contaminadas pela tuberculosa e foram submetidas ao tratamento.
Silvia Solange disse ainda que apesar do tratamento de seis meses levar à cura total da doença, há pacientes que desistem do tratamento.
"Nesses casos nós precisamos ter alguém para garantir que o paciente está tomando o antibiótico. Pode ser alguém da família ou uma liderança comunitária. Exatamente para evitar que o paciente abandone o tratamento". – disse ela.
A sanitarista acrescentou que atualmente existem cerca de 3.600 pacientes em tratamento em todo o estado. Destes, 94% ficarão curados, mas 6% podem deixar o tratamento antes da cura.
Nestes casos, além de não se recuperar e contaminar outros pessoas, segundo Sandra Solange, "o paciente vai desenvolver resistência ao antibiótico tornando mais difícil a sua recuperação num novo tratamento".