Arthur Braga
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A ministra de Minas e Energia, Dilma Roussef, confirmou que o Brasil vai vender energia para a Argentina, durante evento realizado na Assembléia Legislativa em São Paulo, que discutiu o "Novo Modelo do Setor Energético Brasileiro".
Roussef adiantou que está sendo estudada a utilização da infra-estrutura já existente entre os dois países. "As negociações estão adiantadas", disse Rousseff, as vendas começariam em 1° de maio.
"A idéia é credenciar todas as empresas brasileiras interessas, para disputar a venda de energia na Argentina", explicou. Segundo ela, o Brasil tem a capacidade de enviar 300 MW médios até 500 MW, no pico de consumo, para a Argentina.
Entretanto adiantou quem do lado argentinom não há estrutura de transmissão de energia para distribuição."Para escoar a linha lá dentro, não tem infra-estrutura compatível, estima-se que seja possível enviar 300 MW", comentou.
O acordo prevê a utilização de duas linhas de transmissão. Entre elas a subestação de Garabi, na Argentina, ligando Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul, até Ita, em Santa Catarina. A outra linha utilizada seria Garabi direto a Ita.
No encontro que teve com os argentinos, na semana passada para discutir o inter-câmbio, a ministra avaliou que a Argentina deverá passar por um duplo problema. "De um lado vai ter uma falta de gás natural, e de outro lado, como tem uma quantidade bastante significativa de termoelétricas a gás, vai faltar energia elétrica na Argentina", disse.
De acordo com a ministra, a Argentina com os problemas atuais, teve de interromper a exportação de gás natural ao país vizinho Uruguai. Com isso, o Uruguai solicitou ao Brasil a devolução da energia fornecida durante o racionamento brasileiro em 2001.Está sendo negociado também um contrato de exportação de energia do Brasil para o Uruguai. Segundo Rousseff, a capacidade de transmissão é de até 70MW médios.
Em resposta às críticas do novo modelo do setor elétrico no país, a ministra disse "nunca o setor esteve tão definido". No evento que discutiu o novo modelo Rousseff ressaltou que a mudança vai dar segurança no abastecimento de energia elétrica, sem criar pressões tarifárias adicionais para o consumidor. E atender através do programa "Luz Para Todos", cerca de 12 milhões de pessoas que atualmente não têm acesso à energia elétrica até 2008.