Rio, 24/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - A China deve ajudar no crescimento econômico da America Latina. A avaliação é do Banco Interamericano de Desenvolvimento que projetou incremento de 4% do PIB da região, contra 1,5% verificado em 2003.
O presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China (CCIBC), Charles Tang, afirma que esse cenário é muito favorável ao Brasil, uma vez que o consumo chinês deve subir cerca de 11,5% em 2004.
Ele baseia a análise no fato de que as projeções chinesas serem rapidamente superadas, como no ano passado, quando se acreditava que a economia da China cresceria 7,5% e o aumento real chegou a 9,1%. Tang lembra, entretanto, que o crescimento na América Latina será variável, dependendo da economia de cada país. No caso do Brasil, em particular, há uma pauta enorme e diversificada de produtos que podem ser vendidos para a China.
Tang afirma que a Câmara Brasil-China conseguiu colocar no mercado chinês vários produtos brasileiros, como o Café Pelé, o Leite Longa Vida, o Suco Del Valle e genética bovina, entre outros.
Apesar das estimativas de aumento de 20% na produção energética chinesa até 2005, o empresário acredita que não vê grandes possibilidades de exportação de petróleo brasileiro para aquele mercado, uma vez que o Brasil ainda não é totalmente auto-suficiente. Ele acredita que a China vai ser futuramente um grande importador de álcool, cujas necessidades o Brasil poderá suprir.
A inauguração da primeira empresa aérea privada chinesa, que acontecerá este ano, abre também a possibilidade de parcerias entre companhias brasileiras, como a Varig, que acaba de inaugurar um escritório na cidade de Pequim, e empresas do setor na China, sejam privadas ou públicas, afirma Tang.
A Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China realiza hoje à noite, no Sofitel Rio Palace, encontro com empresários dos dois países, para fomento de maiores parcerias entre empresas. Na avaliação de Charles Tang, "os empresários brasileiros não têm que ter medo da concorrência chinesa. Têm que transformar os desafios em oportunidades; usar o capital, máquinas boas e baratas, e o know-how de comércio internacional chinês, que inundou o mundo, para, juntamente com o empresário chinês, abrir os mercados brasileiro e chinês".
Nesse sentido, Charles Tang afirma que a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, em maio, será de grande importância. "O presidente Lula é um dos primeiros líderes do país que realmente deseja se dedicar a ser o mascate do Brasil, o que eu acho um papel extremamente importante".