Rio, 24/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - Dentro de um ano e meio, o Brasil poderá exportar vacina BCG Moreau, contra a tuberculose, para diversos países. O anúncio foi feito hoje pelo diretor científico da Fundação Ataulpho de Paiva (FAP), Luis Roberto Castelo Branco, durante o lançamento do projeto Genoma do BCG Moreau – RJ, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Castello Branco explicou que o prazo é para o término da construção da nova unidade da fábrica em Xerém, que possibilitará uma produção de 60 milhões de doses/ano. A atual fábrica da FAP fica no bairro de São Cristovão e produzirá este ano 17 milhões de doses. No ano passado, a produção foi de 15 milhões de doses.
Segundo ele, o projeto que será desenvolvido em parceria com a Fiocruz possibilitará um avanço tecnológico muito grande, com o sequenciamento dos genes da cepa da vacina abrindo caminho para a exportação.O estudo levará um ano, custará R$ 500 mil e possibilitará a eliminação dos poucos efeitos colaterais apresentados, além de permitir um controle mais eficaz da qualidade do produto, considerado um dos melhores do mundo entre os 12 tipos de vacinas existentes para combater a tuberculose.
O coordenador do projeto na Fiocruz, Wim Degrave, explicou que essa primeira etapa contribuirá para o desenvolvimento de um outro projeto, que deverá demorar entre seis a oito anos, o de vacinas recombinantes com o BCG que poderá ser utilizado, de forma oral, para prevenir outras doenças, como meningite, hanseníase, asma e câncer superficial de bexiga.