Gabriela Guerreiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A juventude brasileira vem sendo uma das prioridades do governo federal desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De lá para cá, vários programas foram implementados tendo como foco principal os jovens, especialmente aqueles que encontram maiores dificuldades para inclusão social e no mercado de trabalho. A partir de agora, porém, o governo acredita que pode melhorar os programas voltados para a juventude e quer aumentar ainda mais as ações entre os jovens - que representam hoje 33 milhões de brasileiros, cerca de 20% do total da população. As opiniões são do ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias.
Durante seminário sobre a juventude realizado ontem, em Belo Horizonte (MG), o ministro explicou como o governo pretende priorizar essa parcela da população. Ananias lembrou que nos próximos dois meses um grupo interministerial integrado por 19 ministérios e secretarias especiais do governo federal vai definir uma nova política nacional para a juventude. O grupo foi instalado na semana passada, no Palácio do Planalto, e as ações serão coordenadas pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci.
A principal meta do grupo é integrar as diversas ações do governo voltadas para os jovens. Depois de dois meses de trabalho, o grupo espera poder apresentar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o documento com as diretrizes da nova Política para a Juventude.
O ministro aproveitou o seminário, organizado numa parceria entre o Projeto Juventude e a Prefeitura de Belo Horizonte, para elogiar as novas gerações de jovens que "têm sentimento de solidariedade e um desejo de união no coração". Patrus ressaltou, em especial, dois programas de seu ministério como prioritários para a inclusão social dos jovens brasileiros: o Sentinela, de prevenção e combate à exploração sexual de crianças e adolescentes, e o Agente Jovem, de incentivo à juventude das periferias.
Outro tema que, segundo o ministro, preocupa o governo e motivou recentes ações em prol da juventude brasileira, é a violência. Patrus Ananias citou números alarmantes de assassinatos de jovens no Brasil, cerca de 25 mil por ano, e propôs a realização de um grande mutirão nacional contra a violência para resgatar a dignidade da juventude – especialmente dos jovens provenientes de classes econômicas menos favorecidas.
O seminário foi o oitavo, desde o final do ano passado, que discute os principais problemas da juventude brasileira. Os seminários são um dos eixos do Projeto Juventude, que tem como objetivo inserir os jovens na agenda política do país. Os resultados dos encontros serão enviados ao governo federal e servirão como fonte de propostas para ações. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2001), cerca de 3,7 milhões dos jovens brasileiros estão sem trabalho, representando 47% do total de desempregados no Brasil. Ao mesmo tempo, metade dos jovens brasileiros não estuda e apenas 43,2% possuem até o ensino fundamental completo.
(Com informações do Projeto Juventude)