Brasília, 4/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - A Polícia Federal acredita que policiais civis do Distrito Federal tenham algum tipo de envolvimento na gravação feita pelo circuito interno de televisão do aeroporto internacional de Brasília onde aparecem o ex-assessor do Palácio do Planalto Waldomiro Diniz e o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. As imagens foram gravadas no dia 20 de maio de 2002.

De acordo com o delegado César Nunes, há pistas de envolvimento de agentes da polícia civil. "Há indícios de que policiais participaram da gravação da fita", afirmou. César Nunes ouviu hoje pela manhã o depoimento do funcionário da Infraero Carlos Braga, um dos responsáveis pela gravação das imagens.

Atuação do MP

O interrogatório durou pouco mais de uma hora e foi acompanhado pelo promotor Frederico Meinberg, do Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial do DF. "Há o interesse de saber como essa fita foi alcançada, para quem foi passada", ressaltou o promotor.

Meinberg disse que na semana passada o Ministério Público abriu um procedimento para investigar a participação de policiais civis nessas gravações. "Se realmente houve envolvimento de policiais civis, pode haver a denúncia e posteriormente os processo criminal. Mas ainda não temos subsídios nenhum para falar qualquer coisa nesse sentido", avaliou.

Depoimento adiado

A Polícia Federal esperava ouvir hoje outro funcionário da Infraero. O depoimento de Leopoldo Eduardo Campos, no entanto, foi adiado. Campos não compareceu à Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.

O delegado César Nunes se reúne ainda nesta quinta-feira com representantes da Corregedoria da Polícia Civil do DF, que fez uma investigação interna sobre o monitoramento no aeroporto.

Amanhã, haverá o depoimento do policial civil Gilson Simões, que retirou a fita com as imagens do encontro entre Waldomiro Diniz e Carlinhos Cachoeira do aeroporto.