Pesquisas buscam outras aplicações para os transgênicos

04/03/2004 - 10h44

Brasília, 4/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - Morangos com alto índice de vitamina C, óleo de soja com as mesmas características do de oliva, vacinas comestíveis e plantas com maior valor nutricional já estão sendo estudados com sucesso em vários países do mundo, o que revela o incremento da pesquisa com Organismos Geneticamente Modificados (OGMs).

Segundo o pesquisador em biotecnologia da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno, uma nova onda de plantas geneticamente modificadas está a caminho e o Brasil precisa definir logo sua legislação sobre biossegurança, para não ficar em desvantagem no mercado internacional.

Para ele, a adoção da próxima fase das plantas geneticamente modificadas deverá acontecer de forma lenta e segura: "Primeiro, a sociedade tem que estar ciente e bem informada do que a tecnologia realmente é; dos seus riscos potenciais, analisados caso a caso."

Nepomuceno acredita que uma das pesquisas que deverá chamar a atenção é as chamadas "vacinas comestíveis" – alterações genéticas que poderão garantir a certas plantas poderes para combater a diarréia infantil e outras doenças. "Ainda podemos colocar dentro desta categoria fatores que estimulem o crescimento humano, insulina e anticorpos contra câncer", afirma.

O avanço da pesquisa também irá proporcionar a possibilidade de produção de plástico a partir de plantas – o bioplástico. Uma das vantagens deste produto é que ele seria biodegradável. "O custo da produção do bioplástico pela biofermentação ainda é muito alto", explica o pesquisador, ressaltando que quando esse problema for solucionado o produto passará a ser fabricado em grande escala.

Alexandre Nepomuceno é um dos participantes do III Congresso Brasileiro de Soja, que se realiza simultaneamente à VII Conferência Mundial de Pesquisa da Soja, em Foz do Iguaçu, no Paraná.