Nova técnica reduz tempo de recuperação após cirurgia de catarata

04/03/2004 - 16h26

Brasília, 4/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - A partir de agora a técnica aplicada na cirurgia para a remoção de catarata no Hospital 9 de Julho de São Paulo (SP) permite que o paciente recupere a visão na metade do tempo em relação ao procedimento atual. Para atingir esse objetivo o hospital adquiriu um equipamento denominado como Infiniti Vision. A técnica consiste na facoemulsificação, uma pequena incisão de 2,7 mm, por onde a catarata é aspirada. Após sua retirada, é colocada uma lente intra-ocular através desta mesma incisão.

Até agora, os médicos dispunham apenas do sistema de ultrassom. Mas como libera muito calor, dificulta a recuperação da visão mais precocemente. Com o novo método, não existe liberação de calor, já que a catarata é fragmentada por um jato de soro aquecido a cerca de 40ºC, preservando todos os tecidos oculares e reduzindo o tempo de recuperação para cerca de sete dias.

O novo tratamento pode ser aplicado para qualquer tipo de cristalino, exceto para as cataratas hipermaduras, isto é, aquelas que são tardiamente descobertas. O procedimento é realizado em ambulatório, sem necessidade de internação, na maioria das vezes com anestesia local e o tempo da cirurgia é de cerca de 15 minutos.

A doença é caracterizada pela opacidade de uma lente do olho chamada cristalino, que normalmente é claro e transparente. Ao tornar-se turvo, o cristalino dificulta a passagem de luz, o que torna a visão borrada. "As pessoas devem ficar atentas a alguns sintomas como o aumento de sensibilidade à luz, visão noturna fraca, visão dupla em um dos olhos e à percepção de cores mais amareladas", diz o médico Alfredo Tranjan, oftalmologista do Hospital 9 de Julho. Ele comenta ainda que esse quadro acarreta a freqüente troca de óculos, pois aumenta a necessidade de luz para leitura.

A maioria dos casos de cataratas são provenientes do envelhecimento natural do olho. No entanto, a doença pode se manifestar em pessoas com diabetes, traumas no olho e usuárias de medicamentos como corticóides, além da herança genética. "A velocidade de seu desenvolvimento varia de pessoa para pessoa, inclusive entre os dois olhos. Normalmente avança lentamente, porém em indivíduos mais jovens e em portadores de diabetes, por exemplo, a doença pode progredir em alguns meses. O único tratamento para a catarata é a cirurgia", diz Tranjan.