Líder do PMDB diz que base aliada não indicará nomes para CPI dos Bingos

04/03/2004 - 15h55

Raquel Ribeiro e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – Sem conseguir convencer o senador Magno Malta (PL/ES) a esperar pela votação da MP que proíbe o funcionamento de bingos no país pelo Congresso Nacional, os partidos aliados definiram uma nova estratégia para evitar a instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Bingos no Senado. "Os líderes não estão dispostos a fazer a indicação dos nomes. Não vai haver CPI política", declarou hoje o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros. Segundo ele, os aliados não devem apresentar nomes para compor a comissão como forma de inviabilizar os trabalhos da CPI em vez de indicarem a retirada das assinaturas dadas ao requerimento. A posição deve ser oficializada ainda na tarde de hoje, depois de reunião no gabinete da liderança do bloco governista.

O requerimento que pede a abertura da CPI dos Bingos no Senado foi apresentado oficialmente pela manhã. Caso a medida anunciada por Calheiros seja adotada, caberá ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB/AP), indicar os nomes para compor a comissão. Outra saída seria a rejeição da CPI pela Mesa Diretora, sob o argumento de que a investigação é inconstitucional. Ainda hoje, segundo o líder peemedebista, os aliados irão anunciar em plenário a estratégia para barrar a CPI. "A não ser que haja obstáculo à investigação pela Polícia Federal, não vamos permitir uma CPI política, porque este tipo de investigação paralisa o país e não ajuda em nada as investigações convencionais. Não dá para transformar o Congresso em palanque eleitoral", afirmou Calheiros.

A senadora Heloísa Helena (sem partido/AL), co-autora do requerimento da CPI, divulgou uma lista com 39 assinaturas, das quais duas (dos petistas Ana Júlia Carepa e Tião Viana) aparecem como apoiamento e, portanto, não podem ser contabilizadas. Os senadores Sibá Machado (PT/AC) e Hélio Costa (PMDB/MG) também já apresentaram requerimento para que seus nomes sejam retirados da lista.

Além destes, a senadora contabiliza mais seis desistências, que podem formalizadas até às 23h59 de hoje, prazo máximo para o recuo dos senadores. Se os nomes previstos pela parlamentar forem confirmados – Serys Slhessarenko (PT/MT), João Capiberibe (PSB/AP), Garibaldi Alves (PMDB/RN), Ramez Tebet (PMDB/MS), Flávio Arns (PT/PR) e Cristovam Buarque (PT/DF) – a CPI ainda contará com 29 nomes para justificar a investigação, uma vez que o número mínimo exigido pelo Senado é de 27 assinaturas.