Brasil e UE devem concluir acordo comercial em outubro

04/03/2004 - 19h00

Nádia Faggiani
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Até outubro deste ano o Brasil deve concluir o acordo de livre comércio com a União Européia (UE). A declaração foi dada hoje pelo ministro Régis Percy Arslanian, chefe do departamento de Negócios Internacionais do Ministério das Relações Exteriores. Na próxima semana, entre os dias 8 e 12 de março, será realizada em Buenos Aires a segunda reunião do Comitê de Negociação Mercosul União Européia, para negociar como avançar no setor agrícola, principal questão que vinha emperrando a negociação entre os blocos econômicos.

Em abril, será feita a oferta inicial da lista de produtos dos países do Mercosul que os países que compõem o bloco têm interesse que sejam liberalizados como, etanol, café solúvel, carne, suco de laranja, lácteos, óleo de soja e açúcar.

A primeira oferta feita pelo Brasil, de 83% do universo tarifário que o país comercializa para o exterior (que corresponde a 9 mil produtos, no total), está próxima de consubstanciar o acordo de livre comércio, segundo o governo brasileiro. Da parte da União Européia, a oferta chegou a 91% do universo tarifário da UE.

De acordo com o ministro Arslanian, a União Européia e o Mercosul tentarão fazer um esforço de liberalização agrícola independente da rodada de Doha não ter terminado. A UE alegava que, para definir com precisão que modalidades do setor de agricultura poderiam ser liberalizadas para o Mercosul, era necessário definir a rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), realizada em 2003. O encontro fracassara porque os países ricos deixaram de lado o tema dos subsídios agrícolas aplicados pela União Européia e Estados Unidos, principal tema de discussão.

"Estamos chegando a um momento importante de negociação, não há porque não se chegar a um acordo de livre comércio. Existe disposição da União Européia de não vincular Doha ao acordo com o Mercosul", afirma o ministro Régis Percy Arslanian.

A data de conclusão das negociações foi determinada em novembro do ano passado, durante uma reunião do Comitê de Negociação, em Bruxelas, para definir a agenda de trabalho.