Câmara conclui na próxima semana primeira parte da obra no plenário

09/01/2004 - 12h21

Brasília, 9/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - Somente na próxima semana deverá ser concluída a primeira parte da obra de reforma do plenário da Câmara dos Deputados, de onde já foram retirados os 84 painéis de vidro blindados que separavam as galerias, onde ficam visitantes e manifestantes, e o plenário, onde ficam os parlamentares. O mesmo plenário é usado nas sessões conjuntas do Congresso Nacional, das quais também participam senadores.

As duas fases posteriores – instalação de dois painéis eletrônicos com informações sobre as votações, à direita e à esquerda da mesa diretora do plenário, e instalação de um elevador para dar acesso à tribuna aos parlamentares portadores de deficiência física – somente serão concluídas posteriormente, segundo informou o secretário-geral da Câmara, Mozart Vianna.

O isolamento das galerias ocorreu em setembro de 1993, por decisão do então presidente da Câmara, Inocêncio Oliveira (PFL-PE), logo após uma ruidosa manifestação de trabalhadores na votação do salário mínimo, que jogaram moedas e cédulas sobre os deputados no plenário. A obra foi concluída em junho de 1994. Em novembro do ano passado, o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), decidiu retirar os painéis de vidro blindados, argumentando que "os tempos são outros" e que os parlamentares não devem temer manifestações populares. João Paulo argumentou que a retirada dos vidros restabelece o projeto arquitetônico original de Oscar Niemeyer e "aproxima os parlamentares do povo".

Segundo Mozart Vianna, os dois painéis laterais à Mesa Diretora servirão para o acompanhamento das votações do plenário, principalmente pela imprensa, e ficarão abaixo dos atuais painéis de votação, cujo acesso é dificultado pela proibição de que jornalistas entrem no recinto, de onde os painéis são melhor vislumbrados. O elevador especial para parlamentares portadores de deficiência física, obra mais demorada, será feito, contudo, antes da reabertura ordinária do Congresso, em 15 de fevereiro, independentemente de haver, ou não, convocação extraordinária.