Brasília, 5/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - O secretário Nacional de Direitos Humanos, ministro Nilmário Miranda, garantiu hoje que o governo federal preservará o sigilo da identidade e protegerá as pessoas que participaram da repressão à Guerrilha do Araguaia que saibam onde estão enterrados os corpos dos guerrilheiros mortos. Em entrevista ao programa Revista Amazônia, na Rádio Nacional da Amazônia, da Radiobrás, o ministro disse que "queremos que quem participou de atos de repressão, quem sabe onde estão os corpos, que nos ajude. Todo mundo que ajudar, vai ter a identidade preservada. Serão protegidos se tiverem medo. Aliás, não devem ter medo, porque não há quem seja contra isso hoje, no Brasil".
Nilmário Miranda participa do grupo que está tratando do assunto, junto com os ministros da Defesa, Gabinete Civil, Justiça e Advogacia-Geral da União. Ele assegurou que "até os Comandantes Militares estão convencidos que chegou a hora de resolver este problema, chegou a hora da cooperação das pessoas que saibam onde tem pessoas desaparecidas enterradas".
O ministro também apelou pela ajuda dos mateiros e guias.
Pelo menos 59 pessoas foram mortas em confrontos com tropas do Exército, na Guerrilha do Araguaia, que aconteceu entre abril de 1972 e janeiro de 1975, na região do Bico do Papagaio, no sul do Pará.
"Hoje, na verdade, é necessário, para virar esta página, devolver estes corpos, ou dizer como e onde eles foram enterrados, para as famílias terem um pouco de paz".
O ministro garantiu que o governo federal "de maneira alguma se esqueceu dos desaparecidos, tanto que criou esta Comissão de altíssimo nível".
Eduardo Mamcasz