São Paulo, 5/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - Os participantes do Fórum do Futebol receberam hoje, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), sugestão de um plano de saneamento das dívidas dos clubes. A idéia preliminar é utilizar recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Banco do Brasil para o pagamento dos jogadores e de dívidas junto a fornecedores e emissoras de televisão. Os financiamentos dos bancos girariam inicialmente em torno de R$ 200 milhões. O ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, ao participar, ontem do encontro, não descartou essa possibilidade. Ele disse, porém, que o plano ainda não foi discutido no governo federal.
Além de ficar com as finanças saneadas, as associações poderiam aderir a um tipo de Refis. As garantias que os clubes ofereceriam ao BNDES e ao BB seriam as suas duas principais fontes de renda: os direitos de transmissão pela televisão e a arrecadação com a bilheteria das partidas.
Para participar do programa de saneamento, as associações teriam que ter diretoria executiva e não amadora. Antonio Carlos Aidar, da Fundação Getúlio Vargas, destaca que a idéia não é um plano acabado e que cabe aos clubes encaminhar o projeto e discutí-lo com o governo federal.
No Fórum, encerrado hoje, foram analisadas sugestões que podem ser encaminhadas em forma de emenda substitutiva ao Estatuto do Desporto. Uma delas é a de que o jogador, antes de completar 25 anos, não poderá deixar o clube de origem, mediante pagamento de indenização e cumprimento de carência. O presidente do Internacional, Fernando Carvalho, defensor da idéia, explicou que não se trata da volta do passe, mas sim de salvaguardas aos clubes formadores, que vêem seus jogadores deixarem as associações após cumprimento do contrato sem receber nada por isso.
"Na nossa concepção, houve uma alteração muito rigorosa. Até completar 25 anos, se ele terminar o contrato para jogar em outro clube brasileiro ou estrangeiro, o clube que o contratar terá que pagar alguma coisa para o clube de origem. Se ele ficar um ano sem jogar, aí sim ele poderá ir livre para outro clube. Hoje, se termina o contrato, ele vai embora. Se for só pagamento da indenização, ele vai normal. Sem o pagamento da indenização, só cumprindo carência", disse
Carvalho.