Marcos Chagas e Murilo Ramos
Enviados especiais ao Oriente Médio
Beirute (Libano) - O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, afirmou que o Brasil estuda abrir uma representação comercial no Iraque. Afirmou que conversou com o presidente Lula sobre o assunto. O objetivo é colocar os brasileiros definitivamente na disputa de parte dos recursos que serão usados para a reconstrução do país. "Temos que comprar o bilhete antes da rifa correr", comentou o ministro sobre a disputa por este mercado pós-guerra. Segundo ele, o Brasil não deve esperar a colaboração dos Estados Unidos neste processo. "Eles não vão querer colocar azeitona na nossa empada", disse.
O ministro, que participa da viagem do presidente Lula a cinco países árabes, disse pela manhã, em Beirute, que em breve será possível ver muitos produtos brasileiros no Iraque. Além de material leve de construção, como encanamentos e madeira entre outros, a pretensão de Furlan é de que o Brasil participe com outros produtos no mercado iraquiano. Ressaltou que as casas da população foram destruídas pelos bombardeios e que, portanto, as pessoas precisam de produtos de acabamento, como torneira e portas, por exemplo.
Furlan explicou que a visita ao Oriente Médio ajuda a manter contatos com empresários locais e, por vias indiretas, amarra negociações com os iraquianos. Segundo ele, há interesse de companhias do Oriente Médio em terceirizar serviços de empresas brasileiras, especialmente no setor da construção civil.
Hoje, numa conversa com o presidente da Câmara de Comércio do Líbano, Adnan Kassas, foi praticamente fechada a venda de um avião Legacy da Embraer. Adnan Kassas disse ao ministro que tem um avião de oito lugares mas pretendia adquirir um maior. Como um bom "brimo" (sic), Furlan iniciou as negociações da venda do Legacy ao libanês. Um avião deste modelo custa algo em torno de US$ 20 milhões, 25% das exportações brasileiras ao Líbano, brincou o ministro.