Cristovam diz que reforma no ensino superior não será feita na marra

05/12/2003 - 14h58

Brasília, 5/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Ministro da Educação, Cristovam Buarque, disse há pouco que a promessa de uma revolução nas universidades brasileiras no próximo ano, feita pelo ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, reflete o pensamento da comissão criada pela presidente Luiz Inácio Lula da Silva para resolver a crise no ensino público superior.

"O presidente está preocupado, o mundo está preocupado com a situação das universidades. O mundo inteiro está passando por uma reformulação e haverá uma mudança ao longo dos próximos meses, sobre a qual o governo quer conversar. Mas isso vai demorar meses. Não vai ser feito na marra", afirmou o ministro.

Quando tocou no assunto ontem, em palestra no Palácio do Planalto, Dirceu disse que as mudanças serão tão profundas e polêmicas como foi a reforma da Previdência. Para realçar a importância do debate e o tipo de interesse com que vai mexer, o ministro carregou na força de expressão: "O pau vai comer", disse.

Formada por representantes dos Ministérios da Educação, Planejamento, Fazenda, Casa Civil e Ciência e Tecnologia, a comissão foi criada em 20 de outubro. Ela tem como missão avaliar a atual situação das instituições de ensino superior e propor medidas para reestruturar o seu modelo e promover a redemocratização das universidades. "Estamos elaborando uma proposta simples para resolver o problema que será entregue no próximo dia 15 de dezembro", explicou Cristovam.

O ministro disse que o resultado do trabalho a ser apresentado ao presidente permitirá uma noção do tamanho da crise das universidades e do que será necessário para resolvê-la. "Vamos tentar mostrar o que está acontecendo e propor soluções e e também quanto será necessário para resolver (a crise). Esse será o primeiro passo", enfatizou.

Cristovam garantiu ainda que todas as associações que representam as universidades públicas e privadas estão acompanhando toda a discussão realizada na comissão.