Rio, 5/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - A mais longa rebelião de presos do sistema penitenciário do estado do Rio de Janeiro terminou hoje à tarde, em Bangu III, depois de mais de 70 horas de tensão. Os internos no presídio Bangu III mantiveram como reféns, desde a ultima terça-feira (2), mais de 40 pessoas, entre médicos, trabalhadores de uma obra, professores, psicólogos, agentes penitenciários e parentes de detentos.
Na rebelião, um agente do Sistema de Operações Especiais (SOE) morreu e sete pessoas causou ficaram feridas. Para libertação dos reféns, o secretário de Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, fez um acordo com os rebelados, intermediado pelos juízes da Vara de Execuções Penais, Ana Paula Barros e Carlos Eduardo Figueiredo, para que não ocorram represálias de agentes do SOE contra os presos, que temiam maus tratos após se entregarem.
O fim da rebelião, que estava previsto para a manhã de hoje, foi adiado, primeiro, pelas autoridades do sistema penitenciário, que descobriram, com a gravação de um telefonema entre os presos, um plano de fuga dos detentos, através de um túnel cavado pelos próprios rebelados. A fuga seria hoje, porque os presos temiam sofrer retaliações por parte dos agentes do Serviço de Operações Especiais, que perderam um colega durante o confronto.
A rebelião no presídio Bangu III começou quando alguns presos, depois de uma tentativa frustrada de fuga, tomaram as armas de quatro agentes do Serviço de Operações Especiais e, em seguida, fizeram mais de 40 pessoas reféns.