Brasília, 23/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - Nino Burdjanadze, é a nova presidente da Geórgia, em substituição a Eduard Chevardnadze, segundo informa a Agência Lusa. Recentemente destituída da Presidência do Parlamento, Nino havia se auto-procoamado presidente do país sábado último. Na ocasião, militantes da oposição armados invadiram o Parlamento, expulsaram Chevarnadze e exigiram sua renúncia.
O líder da oposição, Mikhail Saakachvili, fez o anúncio substituição no comando do poder durante reunião em Tbilissi, depois de negociações mantidas com Chevardnadze. As negociações, que resultaram no pedido de renúncia do presidente, foram mediadas por Igor Ivanov, ministro dos Negócios Estrangeiros russo.
A oposição georgiana proclamou neste domingo a vitória nas ruas de Tbilissi. A demissão de Chevardnadze pôs fim, sem derramamento de sangue, à crise desencadeada pelas eleições legislativas de 02 de Novembro.
Milhares de simpatizantes da oposição, que na véspera se tinham já apoderado do Parlamento e da sede da Presidência, no centro da capital da Geórgia, sem encontrar resistência policial, festejavam por toda a cidade com fogos de artifício e buzinaço.
"Demito-me", anunciou Chevardnadze, de 75 anos, aos jornalistas presentes à sua residência, nos arredores de Tbilissi, depois de reuniões com os líderes da oposição. Ele anunciou que não sai da Geórgia.
Nino Burdjanadze, a presidente interina da Geórgia, presidente do Parlamento cessante e co-líder da oposição, juntamente com Mikhail Saakachvili, gritou pela primeira vez "vitória" aos milhares de manifestantes reunidos em frente ao Parlamento.
Burdjanadze deverá exercer as funções de chefe de Estado até à realização de eleições presidenciais e legislativas antecipadas, que deverão ocorrer no prazo de 45 dias, de acordo com a lei georgiana.
Nas ruas de Tbilissi, frente ao Parlamento, a multidão ali concentrada desde sábado festeja a queda de Chevardnadze com gritos de "Vitória". O avião presidencial de Eduard Chevardnadze foi colocado de sobreaviso para descolar do aeroporto de Tbilissi.
A oposição a Chevardnadze, representada pelo Movimento Nacional, apoderou-se do parlamento da Geórgia no sábado alegando que o resultado das eleições parlamentares do início do mês, realizadas no país, foram fraudadas. Shevardnadze disse que o país estava às portas de uma guerra civil. Havia meses, ele vinha pedindo ajuda aos vizinhos na região do Cáucaso e da Rússia para enfrentar os protestos.
Com Agência Lusa
