Brasília, 3/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Ministério da Educação perde todos os anos R$ 300 mil em material de escritório que poderia ser reciclado. Para evitar o desperdício, está sendo lançada na Pasta a campanha Reeducar para Preservar. O objetivo é conscientizar os funcionários sobre a importância de preservar o meio ambiente por meio da reciclagem e da economia de recursos.
Atualmente, uma tonelada de resíduos é jogada fora todos os dias. Desse total, cerca de 80% são compostos de papel, o equivalente a 30 árvores. "Esse programa é muito mais do que uma coleta seletiva de lixo. Ele é um programa de gestão de resíduos sólidos. Nós queremos que todo esse resíduo seja reciclado", afirma o secretário de assuntos administrativos do ministério, Sylvio Petrus.
De acordo com o secretário, a filosofia a ser empregada consiste em três letras R: reduzir, reutilizar e reciclar. Ele ressalta, ainda, o caráter econômico da iniciativa, que atinge a mais de 3 mil servidores no Ministério. "Se os nossos trabalhadores tiverem a consciência de reduzir: a energia elétrica, a água. Reduzir no papel, na hora da impressão, nós teremos condições de fazer uma economia significativa para sobrar mais dinheiro para educação nesse país", defende Petrus.
Para o auxiliar de limpeza Ademy Andrade, a campanha é uma novidade. Em mais de oito anos de trabalho no MEC, ele nunca tinha se preocupado em reciclar o material inutilizado. "Antes nós pegávamos o lixo e misturávamos com todo tipo de material, de resíduos e não tínhamos a menor consciência de onde iria parar e como iria ficar. Nós jogávamos tudo. O pessoal do Serviço de Limpeza Urbana recolhia e ninguém sabia qual o destino certo do lixo", explica.
Como ele, até pouco tempo atrás os funcionários, que lidam diretamente com a limpeza, ainda não sabiam o valor do material em suas mãos. Agora, cerca de 180 deles vão participar de um curso especial para aprender mais sobre a importância do meio ambiente. "Com certeza, é importante. O país está em desenvolvimento e é fundamental que a sua população possa se desenvolver e partir para a iniciativa de reciclar papel", disse.
Para dar apoio à campanha, foram comprados 138 coletores de copos descartáveis, cada um com capacidade de armazenar 700 unidades, três mil caixas de papelão, 30 containers transitórios e 30 containers definitivos. "Todo material será separado. Vidro, papel e outros elementos serão encaminhados para uma cooperativa de catadores onde esse material se transforma em dinheiro para 200 famílias, que trabalham com a reciclagem", enfatiza o secretário.
Ele já anunciou que a nova moeda de troca do ministério será o número de benefícios do bolsa-escola e o custo de alfabetização que a economia poderá gerar. "Para cada criança, o MEC concede R$ 180,00 anualmente e, para o adulto, R$ 90,00. Se nós conseguirmos fazer a economia de R$ 300 mil por ano, estaremos economizando aproximadamente 1.700 bolsas-escola ou poderemos ter mais 3.400 adultos alfabetizados", contabiliza Petrus.