Cabo de Santo Agostinho matricula 100% de suas crianças no ensino fundamental

03/09/2003 - 18h34

Brasília, 3/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - O município de Cabo de Santo Agostinho, na região metropolitana de Pernambuco, é a primeira cidade brasileira a matricular 100% de suas crianças de sete a 14 anos no ensino fundamental. O ministro da Educação, Cristovam Buarque, recebeu hoje o prefeito da cidade, Elias Gomes (PPS), para uma homenagem.

Segundo o ministro, é importante ver que há razão para que todas as cidades se mirem no exemplo da cidade pernambucana. "É possível sonhar que todos os municípios do Brasil terão o que a cidade conseguiu. Só depende de um bom prefeito, uma boa administração, de secretários e da própria população. O que falta no Brasil não são recursos, não são idéias, muito menos crianças para colocar na escola. O que falta é uma vontade firme de querer fazer. E isso o Brasil já tem", ressaltou o ministro.

Quando Elias Gomes assumiu a prefeitura em 1997, havia 10 mil crianças fora da escola. Para conseguir cumprir a meta a prefeitura envolveu não só a população, mas também todas as secretarias ligadas à prefeitura, num sistema de busca que ao longo dos anos resultou na identificação de 565 crianças sem matrícula. A partir daí, os agentes de saúde, agentes jovens, integrados nos programas sociais da localidade, foram de casa em casa para descobrir essas crianças e trazê-las para escola.

"Parte das crianças que ainda estavam fora da escola eram deficientes, que a família escondia, com medo de mostrar seus defeitos", revelou o prefeito. Para resolver o problema, foi contratada uma professora domiciliar que se encarregou de levar o conhecimento às crianças impossibilitadas de irem até a escola.

Enfrentar a pobreza também foi um desafio. "As pessoas chegaram a um nível de pobreza que não tinham nem qualquer perspectiva de vida e daí não estudar ou estudar não fazia diferença. O processo de sensibilizar, mostrar aos pais e fazer a inclusão social e a justiça através da educação foi fundamental para mobilização", disse Elias.