Gabriela Guerreiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Organização das Nações Unidas (ONU) acredita que o Brasil vai conseguir reduzir à metade, até o ano de 2015, a fome e a pobreza em todo o país. A avaliação foi feita hoje pelo representante da ONU no Brasil, Carlos Lopes, durante reunião com ministros da área social no Palácio do Planalto. Segundo Lopes, a ONU instituiu no ano 2000 oito metas do milênio, que prevêem a erradicação da fome e da pobreza, a universalização do ensino fundamental, a igualdade entre os sexos, a redução da mortalidade infantil, o combate à aids, a sustentabilidade do meio ambiente e a formação de parecerias para o desenvolvimento. O Brasil, segundo Carlos Lopes, vai conseguir cumprir essas metas que devem ser cumpridas até 2020. "Se continuassem as políticas dos últimos dez anos, o Brasil não atingiria as metas. Mas há o compromisso político do presidente Lula em reduzir as desigualdades", ressaltou.
A ONU está baseando sua análise no Planalto Plurianual 2004-2007 elaborado pelo governo. Segundo Carlos Lopes, os projetos previstos no PPA estão de acordo com as metas estabelecidas pela ONU no campo social. Ele destacou como ações positivas do governo brasileiro a serem implementadas no país - que permitirão ao Brasil alcançar as metas nos próximos anos - a unificação dos programas sociais, a difusão do saneamento básico em todas as regiões do país e o incentivo às políticas de gênero coordenadas pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.
Participaram do encontro no Palácio do Planalto os ministros Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), Jacques Wagner (Trabalho), José Graziano (Segurança Alimentar), Miro Teixeira (Comunicações), Emília Fernandes (Políticas para as Mulheres), Cristovam Buarque (Educação), Benedita da Silva (Promoção e Assistência Social), além de representantes dos Ministérios da Saúde, Planejamento, Meio Ambiente, Cidades, Agricultura, Minas e Energia, e Justiça.
O ex-primeiro ministro de Portugal, António Guterrez, também participou da reunião. O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, fez a abertura do encontro.
Antes da reunião com os ministros e o representante da ONU, Guterrez teve um encontro reservado com o presidente Lula para discutir as políticas sociais brasileiras. Guterrez aproveitou para convidar o presidente a abrir o XXII Congresso da Internacional Socialista marcado para outubro, em São Paulo. Guterrez é o atual presidente da organização que reúne os principais países da social-democracia no mundo. "O eixo político do governo é um estímulo no plano internacional. Por isso é extremamente importante que o presidente fale sobre a unificação das políticas sociais", ressaltou o ex-primeiro ministro português.