Brasil enfrenta Argentina na terceira rodada do Sul-Americano de Vôlei

03/09/2003 - 16h43

Brasília, 3/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - A seleção brasileira enfrenta amanhã (4), às 18 horas, a Argentina, em partida válida pela terceira rodada do 25º Campeonato Sul-Americano Masculino de Vôlei. O jogo, no Ginásio Miécimo da Silva, em Campo Grande, zona oeste do Rio, marca a volta da Argentina às quadras internacionais , de onde estava afastada desde maio, devido a problemas com a Federação Internacional de Voleibol.

Há 15 dias, em Buenos Aires, após uma reunião promovida pelo presidente da Confederação Sul-Americana de Voleibol, o brasileiro Ary Graça Filho, foi formado um grupo de trabalho com o apoio e a presença do presidente Comitê Olímpico da Argentina, coronel Antonio Rodríguez. O grupo de 18 pessoas – entre elas ex-atletas, atletas, técnicos, árbitros e presidentes de federações locais – foi nomeado para dirigir o voleibol argentino durante seis meses.

Assim, a volta da equipe ocorreu durante o Sul-Americano. "O mais importante é que vários atletas voltaram à quadra para o Sul-Americano, primeiro passo na luta pelas vagas olímpicas. Esse era o nosso objetivo e conseguimos atingi-lo em Buenos Aires", disse Ary Graça.

Da equipe mesclada, o técnico Bernardinho conhece vários jogadores e avisa: "Vamos enfrentar um time experiente. Conheço o levantador, Ferraro, que é muito habilidoso e rápido. O líbero Meana também é muito bom, assim como o central Spajic. Eles ficaram fora da Liga Mundial e dos Jogos Pan-Americanos. Retornaram e não têm nada a perder. É um time perigoso e temos que nos preparar para jogar bem", acrescentou Bernardinho.

Entre os jogadores, o pensamento é parecido. "Brasil x Argentina até na disputa de bolinhas de gude é catimbado. Precisamos sempre tomar cuidado com a Argentina, pois é um time sempre chato de se enfrentar. Não vi como estão jogando agora", observou o ponteiro Giba.

Para Ricardinho, a atenção deve ser redobrada. "Embora não tenhamos visto qual o padrão de jogo deles, sabemos que sempre se apresentam com muita raça, vontade e gana de ganhar. Por isso, temos que nos preocupar bastante e ter muito cuidado. Tradição é o que não falta à Argentina", conta o levantador, para depois acrescentar: "A volta desses jogadores é muito importante. Como jogador de seleção, fiquei muito triste e acredito que eles tenham ficado muito abalados com os desentendimentos dos dirigentes que acabaram atingindo todo o voleibol argentino. Ainda bem que estão de volta. É bom vê-los atuando novamente", diz Ricardinho.

E o capião Nalbert encerrou: "A volta da Argentina não só é excelente para todos os jogadores de lá, como também para o voleibol sul-americano. Espero que os problemas tenham sido resolvidos".

Pela primeira vez como técnico da seleção argentina, Fabian Armoa comanda há seis anos o clube Velez Sarsfield. "Foi tudo muito rápido. Eu assumi o cargo na última quinta-feira. Na sexta, convoquei os jogadores e, no domingo, já estávamos treinando. Foi muito difícil fazer uma convocação de um dia para o outro. Se fosse uma convocação normal, provavelmente só três ou quatro desse time seriam chamados. Mesclei jovens e antigos valores que estavam fora da equipe", finalizou Armoa.

Pelo Brasil, deverão iniciar a partida Ricardinho, Anderson, Giba, Nalbert, Gustavo e Rodrigão. O líbero é Escadinha. A Argentina deve entrar em quadra com Ferraro, Borrero, Gonzales, Garcia, Filardi, Spajic. Meana é o líbero.