Brasília, 3/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - O alcoolismo, além dos elevados custos econômicos que acarreta, é um grave problema social. Pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) constatou que, em 52% dos casos de violência familiar, o agressor estava alcoolizado.
A relação entre o consumo de bebida alcoólica e a violência está sendo discutida hoje no seminário "Alcoolismo e Violência", promovido pela Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados. A discussão servirá de auxílio à elaboração de um plano de ação integral aos usuários de álcool pelo Ministério da Saúde.
A pesquisa também constatou o aumento na gravidade dos acidentes e a diminuição da expectativa de vida, principalmente da população mais jovem. Outro estudo do Cebrid, realizado em 1996, constatou que 95 de cada cem corpos que chegam aos Institutos Médicos Legais, vítimas de morte não-natural, tinham álcool no sangue. A Associação Brasileira de Acidentes e Medicina de Tráfego (Abramet) também registra que 35% dos acidentes em estradas do país são originados por embriaguez ao volante.
O Brasil gasta R$ 60 milhões por ano com o tratamento de problemas de saúde relacionados ao uso de álcool, segundo levantamento feito em 2001 pelo Ministério da Saúde. De acordo o ministro Humberto Costa, este ano serão criados 80 Centros de Atenção Psicossocial no Brasil dirigidos exclusivamente para as ações de combate ao uso de álcool e drogas. Para o ministro, o país precisa garantir uma política de redução de danos e de assistência ao alcoolista.
O alcoolismo é considerado pelo Ministério da Saúde um grave problema de saúde pública. Aproximadamente 20% dos pacientes tratados na rede primária de atenção à saúde bebem em um nível considerado de alto risco. O uso excessivo da bebida é a causa indireta de doenças nos aparelhos digestivo e cardiovascular, câncer, deficiências nutricionais, doenças do feto e doenças neurológicas e psiquiátricas.