Brasília, 26/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - Uma comissão de 20 representantes da Confederação Nacional das Trabalhadoras na Agricultura (Contag) entregou há pouco ao presidente em exercício José Alencar uma pauta de reivindicações que inclui a realização da reforma agrária com o assentamento de mulheres, a recuperação do salário mínimo, o estabelecimento de um sistema de saúde pública de qualidade, além da elaboração de políticas de combate à violência sexual, à discriminação e à violência no campo.
Participaram do encontro, no Palácio do Planalto, os ministros José Dirceu (Casa Civil), Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência), Miguel Rosseto (Desenvolvimento Agrário) e Emília Fernandes (Secretaria de Políticas para as Mulheres). O governo federal vai criar um grupo de trabalho, coordenado pelo ministro Luiz Dulci, que irá discutir com as trabalhadoras rurais cada um dos pontos da pauta de reivindicações e propor medidas específicas para as mulheres agricultoras.
O último Censo Agropecuário Brasileiro mostra que as mulheres representam cerca de 50% da população rural, dentre as quais metade tem entre 15 e 55 anos. No entanto, do total das terras distribuídas até hoje pela reforma agrária, 87% estão em nome de homens e apenas 13% foram registradas em nome de mulheres. Cerca de 90% das mulheres trabalham na terra desde antes dos 15 anos e 40% delas ainda são consideradas trabalhadoras familiares, sem remuneração própria, benefícios sociais ou proteção legal ao trabalho.
Neste momento, cerca de 50 mil trabalhadores rurais realizam, em Brasília, a II Marcha das Margaridas, que irá percorrer o Eixo Monumental até o Congresso Nacional, onde será realizado um ato público. A Marcha das Margaridas foi realizada, pela primeira vez, no ano 2.000, quando reuniu 20 mil trabalhadoras rurais.