Brasília - O secretário especial dos Direitos Humanos, ministro Nilmário Miranda, informou, há pouco, que uma visita à Bahia será um dos pontos altos da viagem da relatora da Organização das Nações Unidas para Execuções Sumárias, Asma Johangier, ao Brasil, de 16 de setembro a 7 de outubro. Segundo o ministro, que preside o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), existem grupos de extermínio em pelo menos 14 unidades da federação, mas na Bahia, em Pernambuco e na Paraíba, o quadro é mais grave, devido à dificuldade de apuração das denúncias.

O relatório da comissão especial que foi à Bahia para apurar os casos, apresentado hoje durante reunião do Conselho, mostra que, neste estado, o problema é mais crítico nos municípios de Camaçari e Santo Antônio de Jesus. Só nessa localidade, 42 pessoas, com idade entre 16 e 26 anos, desapareceram nos últimos 3 anos. Nilmário disse que há fortes indícios de envolvimento de policiais civis e militares, ex-policiais e vigilantes de segurança privada. Ele explicou que a dificuldade em desbaratar esses grupos deve-se, entre outros fatores, ao tratamento dado pelas autoridades locais, que geralmente relacionam a atuação dos criminosos a disputas entre traficantes e não a falhas do aparelho policial e do estado.