Cuzco (Peru), 22/05/2003 (Agência Brasil - ABr) - A criação de mecanismos inovadores de fomento na América do Sul será um dos principais temas em discussão amanhã, pelos presidentes que participam da XVII Reunião de Cúpula do Grupo do Rio. O secretário especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse que
o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai insistir junto aos colegas sul americanos no sentido de que, se não houver investimentos maciços em infra-estrutura na região, o desenvolvimento do continente não acontecerá. Neste sentido, ressaltou, há necessidade de se fortalecer instituições que já funcionam bem, como a Corporação Andina de Fomento (Cafe), da qual o Brasil faz parte, e que tem US$ 20 bilhões para investir na América do Sul.
Marco Aurélio Garcia lembrou a decisão do governo brasileiro de dobrar o capital do Banco Nacional de Desenvolvimento Economico e Social (BNDES) na Cafe. Para ele, instituições sul americanas como a Corporação Andina podem tornar-se embriões de uma agência de fomento ou até mesmo um banco latino-americano de desenvolvimento. Essa idéia tem ganhado corpo junto a outros governantes, além do presidente Lula, informou o secretário.
Na reunião do Grupo do Rio, o presidente Lula reafirma o compromisso de seu governo de vincular o destino do Brasil ao destino da America do Sul, lembrou Marco Aurélio. Para o governo brasileiro, gastos com educação, saúde e infra-estrutura reduzem a pobreza e ajudam na geração de emprego e renda. É este ponto de vista que o Brasil apresentará nas discussões do Grupo do Rio, disse o assessor.
Quanto à necessidade de aumentar os investimentos na região, com ações concretas, Marco Aurélio lembrou dois episódios: o empréstimo de recursos do BNDES para a Argentina e outro para a Colômbia, para a compra de máquinas agrícolas produzidas no Brasil. "Estamos trabalhando num ritmo europeu de união da América do Sul", disse o assessor.
Já o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que na reunião de logo mais, nesta sexta-feira, os presidentes do Grupo do Rio estudarão a formação de fundos que ajudem no financiamento de obras de infra-estrutura na região e na combinação de esforços já existentes, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), da Cafe e do BNDES.