Brasília, 12/1/2003 (Agência Brasil - ABr) - A Educação infantil será o diferencial do Ministério da Educação, que desde o início do mês tem à frente o professor Cristovam Buarque. Pelo programa de governo do presidente Lula, a meta será garantir uma vaga na escola para todas as crianças que acabem de completar 4 anos. Em entrevista a Agência Brasil, o Ministro disse que investir na primeira educação representa economia na educação fundamental. Para ele, a educação começa na barriga da mãe, neste sentido, a tarefa do ministério será cuidar para que a criança, ao entrar na escola, não esteja atrasada.
De acordo com Cristovam Buarque, durante a sua gestão, a letra C de MEC, passa a significar criança. "Eu me sinto ministro da Educação e das crianças, não apenas daquelas que estão na escola, mas principalmente daquelas que estão fora dela, seja porque não se matricularam, seja porque abandonaram os estudos, ou porque ainda não alcançaram a idade para entrar na escola". Frisou que a proposta a ser apresentada ao presidente Lula e que dependerá da autorização da área econômica, é de dar um auxílio, assim como a bolsa escola, a toda família que tenha crianças com menos de 5 anos para garantir a alimentação. Além disso, o ministro pretende conceder uma cesta de brinquedos pedagógicos a todas as crianças pobres deste país. "Criança precisa de brinquedo para alimentar a alma". Concluiu.
O ministro demonstrou otimismo ao falar sobre os desafios a serem enfrentados pela nova gestão do MEC. Para ele, abolir o analfabetismo de adultos, trabalhar pela construção de uma escola ideal, que seja capaz de formar cidadãos confiantes e resgatar os encantos que a universidade apresentava aos jovens alunos, serão as três grandes tarefas. "Temos pela frente, três grandes campanhas, e, para realizá-las, teremos que trabalhar, em primeiro lugar, a mobilização de toda a sociedade. Vamos precisar de projetos, de medidas e políticas, e, sem dúvida, já estamos trabalhando para que isso seja possível". Ressaltou.
Com relação à alfabetização dos 20 milhões de adultos, Cristovam tem consciência de que se trata de uma meta ambiciosa e difícil, contudo, acredita que a partir da mobilização e de uma competência gerencial para fazer com que esses 20 milhões de analfabetos se encontrem com os 80 milhões de alfabetizados e com seus professores, será possível executar a campanha. "Acredito que um país que tem mais de três milhões de estudantes universitários, que tem oitenta milhões de adultos alfabetizados, que tem duzentas mil escolas espalhadas, que tem um sistema de rádio e televisão que chega a todos os recantos, e que tem 1,8 milhão de professores, tem plenas condições de alfabetizar 5 milhões de brasileiros por ano, durante os quatros anos que ocuparei a pasta da educação".