Florianópolis, 07/12/2002 - A Universidade do Vale do Itajaí (Univali), em Santa Catarina, apresenta, no próximo dia 10, as pesquisas que vem desenvolvendo sobre o caranguejo-de-profundidade. Nos últimos anos, o setor pesqueiro nacional vem conhecendo novas espécies de peixes e crustáceos de profundidade através de investimentos do governo federal em pesquisas realizadas pela Univali, como o peixe sapo, merluza, lula argentina e o caranguejo-de-profundidade, que movimentam atualmente uma economia de milhões de dólares.
O crustáceo é um recurso recém-descoberto pelo mercado pesqueiro nacional. Capturado em profundidades acima de 300 metros, tem grande aceitação nos mercados europeu, asiático e norte-americano, gerando exportações valorizadas em mais de US$ 1 milhão, segundo empresários do setor. Atualmente, cinco barcos estrangeiros arrendados por empresas nacionais atuam em águas brasileiras e todo processo de captura e manufatura do pescado a bordo vem sendo acompanhado há mais de dois anos pela Univali, através do Programa de Observadores de Bordo na Frota Arrendada (PROA), integrado por profissionais de nível superior ou técnico, especializados na área pesqueira, como oceanógrafos, engenheiros de pesca e agrônomos.
Desenvolvido numa parceria entre o Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar (CTTMar) da Univali e o Departamento de Pesca e Aqüicultura do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento, o PROA vem trazendo informações relevantes sobre tecnologias empregadas, áreas exploradas, capturas e esforço de pesca aplicado pelas embarcações arrendadas. Essas informações possibilitaram, no ano passado, que as pesquisas sobre o peixe-sapo fossem concluídas e disponibilizadas pela Univali num tempo recorde de 13 meses, fato inédito na história da pesquisa científica brasileira.
"O mesmo vai acontecer no próximo dia 10 de dezembro com as pesquisas sobre o caranguejo-de-profundidade", disse o pesquisador da Univali, Paulo Ricardo Pezzuto, que coordena os estudos sobre a espécie e que devem resultar em recomendações para que o governo federal estipule portarias que regulamentem o manejo desta pescaria, em franco processo de exploração.
Desde o ano de 2000, o CTTMar também vem operacionalizando a Estatística Pesqueira Industrial de Santa Catarina, como parte das atividades realizadas junto ao convênio com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A primeira edição do Boletim Estatístico da Pesca Industrial de Santa Catarina, editado pela Univali no ano passado, envolveu o controle de mais de 71 mil toneladas de pescado, produzidas por 480 embarcações diferentes em 2.764 viagens de pesca realizadas no ano de 2000. Agora será lançada, oficialmente, a segunda edição do Boletim Estatístico com as informações referentes ao ano de 2001.
Além do lançamento do boletim, a Univali e o MAPA disponibilizam toda a informação estatística pesqueira do Estado pela internet. Através do endereço www.gep.cttmar.univali.br podem ser acessadas as versões eletrônicas completas dos boletins estatísticos, bem como a produção desembarcada das principais espécies, frotas e portos catarinenses, permitindo ao público conhecer as tendências do panorama pesqueiro local através de tabelas e gráficos atualizados quinzenalmente.