Número de vítimas da agiotagem aumenta 40% no mês de Natal

07/12/2002 - 13h20

Número de vítimas da agiotagem aumenta 40% no mês de Natal

Brasília, 7/12/2003 (Agência Brasil – ABR) – Especialistas em criminalística garantem que o número de vítimas da agiotagem é maior no período das festas de fim de ano. Segundo avaliação do presidente da Associação dos Advogados Criminalistas do Estado de São Paulo (Acrimesp), Ademar Gomes, feita hoje durante entrevista à Rádio Nacional, o número de brasileiros que procuram agiotas para fazer compras e pagar as contas de fim de ano aumenta em 40%, em dezembro, em relação aos outros períodos do ano. Para o advogado criminalista, este aumento da demanda por dinheiro fácil – emprestado ilegalmente a juros extorsivos que variam de 15% a 20% ao mês – deve-se ao aumento das dívidas e também dos ganhos no fim do ano, período em que o décimo-terceiro é disponibilizado.

Os dados da Acrimesp mostram ainda que os agiotas atuam em grupos organizados e em diferentes setores. Os bancários, funcionários públicos e assalariados que recebem remunerações elevadas são consideradas as vítimas preferidas do agiota. "Aqueles que receberam o décimo-terceiro não podem fazer dívidas acima do limite. É importante que as pessoas procurem gastar dentro do limite para evitar cair nas mãos desses mafiosos", alerta Gomes. Segundo o advogado, muitas vezes os agiotas contratam "capangas" para ameaçar as pessoas que não conseguem pagar o dinheiro emprestado dentro do prazo. "Quem caiu na mão, se for vítima, procure uma delegacia de polícia e diga o que está acontecendo", sugeriu. De acordo com o Código Penal Brasileiro, o agiota pode pegar de seis meses a dois anos de detenção, além de poder responder a processos por difamação.