Rio, 3/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - O relatório sobre a situação da população mundial, produzido pela ONU em parceria com o IBGE, revela que o Brasil contava com 15 milhões de analfabetos, ou 12,4% da população, em 2001. Segundo o IBGE, o número de analfabetos permaneceu elevado apesar de uma melhora geral nos níveis de escolaridade da população na última década. Ainda assim, apenas 34,9% das crianças na primeira infância freqüentam escolas. Por outro lado, mostra que houve significativos avanços na escolarização de crianças de 7 a 14 anos, com 96% de freqüência nas escolas. No entanto, dos 92% de jovens de 15 a 19 anos das famílias mais pobres que terminam o primeiro ano, apenas metade completa o quinto ano.
No caso brasileiro, o estudo aponta um outro fator de desigualdade: o racial. Quando se analisam os dados da população que vive com até meio salário mínimo de rendimento familiar per capita, levando-se em consideração a cor, observa-se que apenas 34,8% se declararam brancas, enquanto 77,1% se declararam de cor preta ou parda. No outro extremo das pessoas em famílias com rendimento superior a dois salários mínimos, a sub-representação é relativa às pessoas pretas e pardas. O relatório diz que os investimentos em educação geram importantes benefícios, sobretudo os destinados às mulheres, que se revelam particularmente eficientes em termos de custos, na medida em que os benefícios são transmitidos aos filhos.