Presidente do Ibama lança pedra fundamental do Núcleo de Plantas Medicinais

03/12/2002 - 11h29

Brasília, 3/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rômulo Mello, lançou hoje a pedra fundamental do Núcleo de Plantas Medicinais que funcionará como Centro de Referência Nacional para informações e pesquisas sobre medicamentos fitoterápicos.

O Núcleo vai estimular e apoiar o desenvolvimento de estudos que promovam a ampliação do conhecimento sobre a conservação e o manejo sustentável de plantas medicinais e aromáticas, além de resgatar e proteger o conhecimento tradicional, técnicas agrícolas, manipulação e aproveitamento de plantas.

Atualmente, o Ibama tem apenas 300 espécies de plantas medicinais de diferentes famílias botânicas identificadas, que não representam nem 6% do potencial brasileiro. "Há um potencial muito grande na flora brasileira que ainda não conhecemos, então é preciso gerar demanda que envolva pesquisas nessa área para que possa subsidiar políticas públicas", destacou o presidente do Ibama.

Segundo ele, o Ibama deverá fazer um diagnóstico sobre a forma de utilização das plantas. "Será um documento que apontará o potencial medicinal das plantas que já temos conhecimentos, qual o seu uso, como ele está procedendo e como isso está chegando à sociedade", explicou Rômulo Mello.

O Núcleo, que contará com 92 espécies prioritárias, visa também reduzir a biopirataria, a coleta, o comércio e o uso indiscriminado das espécies. "Para isso, contaremos com importantes parcerias, como por exemplo Embrapa, universidades, institutos de pesquisas, Incra, Funai, entre outros", destacou o presidente do Ibama.

Na flora medicinal, 60 espécies estão ameaçadas de extinção, das quais se destacam: aroeira - utilizada em inflamações; arnica - cicatrizante; Ipê roxo – câncer; sucupira – garganta; catuaba – impotência sexual; e unha-de-gato – hepatite C virótica.

Em um ano, de 1999 e 2000, as vendas de produtos fitoterápicos aumentaram no Brasil 15%, contra quatro por cento dos medicamentos sintéticos. Entre as plantas medicinais mais procuradas pelo mercado mundial estão o guaraná, urucum, cravo-da-índia, camomila, espinheira-roxa, alcachofra e babosa.

Em 1998, o Brasil exportou 1.531 toneladas de plantas medicinais para os Estados Unidos e 1.466 toneladas para Alemanha. Paraná, São Paulo, Bahia, Maranhão, Amazona, Pará e Mato Grosso são os maiores exportadores de plantas medicinais.

Durante a cerimônia, foi lançado ainda o livro "Estratégias para Conservação e Manejo de Recursos Genéticos de Plantas Medicinais e Aromáticas", que define espécies medicinais e aromáticas prioritárias para a conservação e manejo sustentável nos diferentes biomas brasileiros, relaciona as instituições que atuam na área de plantas medicinais e aromáticas e orienta políticas públicas.