Brasília, 3/12/2002 (Agência Brasil - ABr/CNN) - A tripulação a bordo do submarino francês que desceu até o local onde afundou o petroleiro Prestige anunciou não ter encontrado qualquer novo indício de vazamento de óleo na área do acidente com a embarcação, a cerca de 200 quilômetros da costa espanhola. O submarino "Nautile" submergiu mais de 3,5 quilômetros para verificar se o Prestige ainda estava liberando a parte que restou das 77 mil toneladas de petróleo que transportava quando se partiu em dois pedaços e afundou, há duas semanas. As informações são da CNN.
O "Nautile" já inspecionou a proa, mas ainda não conseguiu localizar a popa do petroleiro, que deve estar a vários metros de distância do restante da embarcação acidentada. O governo espanhol contratou o "Nautile" para tentar solucionar uma disputa com autoridades portuguesas sobre a continuidade do vazamento.
Madrid insiste que não há mais derrame, enquanto autoridades de Portugal, que também monitoram atentamente os desdobramentos do acidente, afirmam repetidamente que perceberam indícios de novos vazamentos. A ameaça mais imediata à costa no noroeste da Espanha é a segunda grande mancha de óleo liberada pelo navio desde o acidente.
Dezenas de barcos de pesca tentam conter as águas poluídas, usando equipamentos improvisados de limpeza que lembram grandes raquetes de tênis. Oito navios com equipes especializadas neste tipo de serviço, procedentes de França, Holanda e outros países europeus, já aspiraram sete mil toneladas de óleo.
Partes da nova maré negra chegaram à angra de Arousa, um dos maiores paraísos mundiais da pesca de mexilhões e outros moluscos. Arousa tinha, até então, escapado da poluição que já afetou cerca de 540 quilômetros de praias na costa espanhola.