Ministro propõe acréscimo no pagamento da aposentadoria para os que adiam ingresso na Previdência

03/12/2002 - 12h01

Brasília, 3/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Previdência Social, José Cechin, propôs hoje, dentro da reforma previdenciária, que sejam criados estímulos, como acréscimos no pagamento da aposentadoria, para cada ano que o trabalhador adiar seu ingresso na Previdência. Cechin disse que o "Brasil tem a maior carga previdenciária do mundo e aumento na contribuição parece ser contraproducente" em uma reforma previdenciária. Ele ressalta que sua proposta valeria apenas para pessoas mais jovens que estariam em idade para se aposentar.

José Cechin esteve hoje no Congresso Nacional para lançar o livro, o cartão telefônico e o selo
comemorativo aos 80 anos da Previdência Social. Na solenidade estiveram presentes o presidente do Congresso, senador Ramez Tebet (PMDB-MS), e os ex-ministros da Previdência Jarbas Passarinho, Rheinold Stephanes, Arnaldo Prieto e Valdir Pires. Como homenageada especial, na solenidade estava Irani da Silva Porto, cuja mãe recebeu o auxílio-maternidade em 5 de maio de 1940, quando ela nasceu.

Cechin disse que "a solenidade é sinal que a Previdência é longeva e que ela precisa viver, pelo menos, mais 80 anos". Segundo ele, o brasileiro está com a perspectiva de vida de 80 a 100 anos e a Previdência tem de estar presente em toda a sua vida. "Nestes 80 anos, a Previdência que começou por empresas, evoluiu com a Constituição de 88 para dar cobertura a todos que estão no território brasileiro, não necessariamente só para brasileiros. Poucas previdências no mundo que têm tamanha cobertura, como auxílio-natalidade, morte, acidente de trabalho e até detenção, aos presidiários", comentou.

Cechin lamenta que alguns brasileiros ainda não tenham ingressado na Previdência. "Engraçado que as pessoas que mais xingam a Previdência são aquelas que não a usam, pois aquelas que usam tem boa imagem dela como instituição." Ele reconhece que "muita gente reclama e protesta porque recebe muito pouco como aposentado. É a reclamação mais freqüente." Mas, ainda segundo admite o ministro, há casos em que as pessoas demoram a ser atendidas e a ter seus direitos reconhecidos.

A Previdência Social ainda não chega a todos os brasileiros, lamenta Cechin, porque "ela é cara para muitas pessoas, especialmente aquelas que recebem R$ 200,00 por mês e têm de pagar R$ 40,00". Esse trabalhador, comenta, talvez prefira "comprar um pouco mais de comida para sua família ou um chinelo do que pagar a Previdência".