Santiago, 3/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu hoje, em pronunciamento no Palácio de La Moneda, as dificuldades que impedem o Chile de integrar-se plenamente ao Mercado Comum do Sul (Mercosul). Ele afirmou que seu governo terá respeito pela posições chilenas, mas ressaltou que, se houver vontade de ampliar os acordos firmados, será possível encontrar soluções, ainda que provisórias, que permitam avançar no sentido de uma futura integração chilena ao Mercosul.
"Este não é o momento de discutir aspectos técnicos. Queremos reafimar aqui nossa vontade de uma aproximação sólida com o Chile, de buscar uma reunião que nos permita enfrentar, de maneira solidária, as dificuldades internacionais". Lula acrescentou que a política de regionalização deve priorizar os objetivos estratégicos comuns. Segundo ele, os problemas setoriais poderão ser resolvidos, caso a caso, por meio de múltiplas medidas compensatórias.
Depois de receber Lula, o presidente do Chile, Ricardo Lago, disse que atualmente a palavra-chave para o Brasil é confiança. Nesse sentido, ele ressaltou que o mundo tem que ter a responsabilidade de confiar no Brasil. Lagos elogiou a transição de governo no Brasil, que considerou exemplar e disse a Lula que o seu desafio no exercício da presidência será conciliar desenvolvimento econômico com justiça social. Segundo Lagos, Brasil e Chile terão compromissos conjuntos e reivindicar regras mais claras e humanas ao processo de globalização. Para ele, esse deve ser um dos compromissos do Mercosul.
Lula chegou à capital chilena às 10h35 e foi recebido, na base aérea, pelo chefe do cerimonial do Ministério das Relações Exteriores do Chile, Eduardo Araya; pelo comandante Guerrera, da guarnição aérea chilena,e pelo embaixador do Chile no Brasil, Carlos Eduardo Mena.