Anistia Internacional pede ação da ONU na República Centro-Africana

02/12/2013 - 10h16

Da Agência Brasil *

Brasília – A organização não governamental (ONG) Anistia Internacional pediu hoje (2) que as Nações Unidas (ONU) autorizem rapidamente o envio de uma força de manutenção da paz para controlar a onda de violência na República Centro-Africana (RCA). Na semana passada, a França anunciou que enviaria mil soldados à sua ex-colônia em uma tentativa de acabar com uma série de abusos supostamente cometidos por milícias e ex-membros da Seleka, coligação rebelde de maioria muçulmana que derrubou o presidente da RCA, François Bozizé, em um golpe de Estado em março.

Os militares franceses, 600 dos quais já estão no país, vão trabalhar com cerca de 2,6 mil soldados da União Africana. O Conselho de Segurança da ONU deve aprovar, nesta semana, uma resolução francesa para reafirmar a força de estabilização africana. A Anistia Internacional acredita, no entanto, que poderá ser necessária uma resposta mais robusta, que se daria pelo envio de uma missão de manutenção da paz.

"As consequências desta decisão de vida ou morte vão afetar um país inteiro. Se o Conselho de Segurança não agir agora para travar o horrível ciclo de violência na RCA, essa falha vai pesar sobre a comunidade internacional durante anos", disse o secretário-geral da Anistia, Salil Shetty.

Para a ONG, poderá ser necessária uma "operação de manutenção da paz de pleno direito" para moderar as forças de segurança e os grupos armados no país que são, para a Anistia, os responsáveis por disparar as violações dos direitos humanos e os abusos".

A antiga colônia francesa está mergulhada no caos desde a substituição no poder, em 24 de março, do presidente François Bozizé por Michael Djotodia, o líder da Seleka. O grupo oposicionista foi supostamente dissolvido em janeiro deste ano, quando houve o cessar-fogo entre as partes. Muitos membros, no entanto, continuam atuando.

A ONU estima que 400 mil pessoas, o equivalente a 10% da população do país, tenham sido obrigadas a emigrar por causa do conflito.

*Com informações da Lusa   //   Edição: Denise Griesinger
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