Programa Caminho Melhor Jovem é lançado em comunidade pacificada do Rio

14/08/2013 - 21h55

Akemi Nitahara
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Oferecer atendimento individual para jovens de comunidades pacificadas, com orientação para a construção de um plano de vida e auxílio para que os objetivos sejam alcançados, é o que propõe o Programa Caminho Melhor Jovem. O programa foi lançado hoje (14) pelo governo fluminense na comunidade de Manguinhos, na zona norte da cidade, que recebeu uma Unidade de Polícia Pacificadora UPP) em janeiro.

“Nesse atendimento individualizado nós vamos construir um programa específico de desenvolvimento para cada jovem. Ele vai conversar com o tutor, vai colocar as suas aspirações, será construído um plano de trabalho que ele precisa seguir para que o sonho dele possa virar realidade e nós estamos aqui para auxiliar nesse caminho”, disse o secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Zaqueu Teixeira.

O projeto recebeu financiamento de US$ 60 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e US$ 24 milhões de contrapartida do governo do estado. A equipe inicial conta com quatro conselheiros, três tutores, um diretor e seis articuladores por unidade.

A coordenadora do Caminho Melhor Jovem, Morgana Eneile, disse que o programa inverte a lógica do estado sempre oferecer pacotes prontos, sem ouvir as comunidades atendidas. “O desafio do programa é que, em geral, na política pública, a gente tenta, por meio de um estudo ou de uma identificação, fazer uma coisa genérica: jovens de 15 a 29 anos precisam de escola, pronto, está aqui a escola. E muitas vezes o estado não se preocupa se essa é a escola que ele quer, se aquele é o curso de qualificação que ele gostaria. Então, é uma inversão. Nós temos um jovem, nós vamos escutar, vamos conhecer a sua demanda e nós vamos adaptar o serviço do estado à demanda dele. Isso é a lógica de terminar o pacote pronto, e por isso que o programa é realmente um desafio diário”, declarou.

O público-alvo do programa são jovens como João Ricardo Germano, 18 anos, morador de Jacarezinho, comunidade vizinha a Manguinhos. Ele está terminando o ensino médio e pretende fazer vestibular para uma faculdade de dança ou de história, mas não foi bem na redação do Enem no ano passado. Para João, a juventude da comunidade precisa de mais incentivos para ter um futuro melhor.

“Para os jovens que estão procurando cursos profissionalizantes, que não conseguiram entrar na faculdade, vai ser uma boa [o projeto], porque a pessoa pode não ter condições financeiras para bancar o curso, então o estado oferece meio que uma bolsa para estudar. Estamos aí, vamos abraçar [a oportunidade]”, disse.

 

Edição: Aécio Amado

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