Confrontos no Egito já provocaram 278 mortes

14/08/2013 - 20h09

Da Agência Lusa

Cairo – Ao menos 278 pessoas morreram hoje (14) e duas mil ficaram feridas nos confrontos no Cairo e em outras cidades egípcias depois da ação policial contra os acampamentos dos apoiadores do presidente deposto Mouhamed Morsi.

De acordo com o novo balanço do Ministério da Saúde, registaram-se 235 mortes entre civis, às quais o Ministério da Administração Interna acrescentou a morte de 43 polícias. O balanço anterior do Ministério da Saúde, divulgado hoje à tarde, dava conta de 149 mortos.

As forças de segurança invadiram hoje os acampamentos de protesto dos apoiadores do presidente deposto Morsi.

Em resposta à violência, o governo interino impôs o estado de emergência e toque de recolher por um mês no Cairo e outras 13 cidades. O estado de emergência começou às 16h (11h no Brasil), resultando em um toque de recolher de 11 horas diárias, que começa às 19h (hora do Cairo).

Imagens e vídeos do derramamento de sangue no Cairo dominaram os meios de comunicação e as redes sociais, ao mesmo tempo que as potências mundiais pediam contenção e condenavam a demonstração de força por parte das forças de segurança.

Pelo menos quatro igrejas foram atacadas, tendo os ativistas cristãos acusados os apoiadores de Morsi de levarem a cabo uma “guerra de retaliação contra os coptas no Egito”.

Horas depois dos primeiros disparos de gás de pimenta terem sido lançados nas tendas dos manifestantes na Praça Rabaa Al-Adawiya, um correspondente da France Presse contou pelo menos 124 mortos nas morgues improvisadas.

Entre os mortos registados no Cairo está a filha de 17 anos de um líder da Irmandade Muçulmana, afirmou um porta-voz do movimento pró-Morsi.

A violência precipitou a renúncia do vice-presidente Mohamed ElBaradei, justificando que a sua consciência estava perturbada com a perda de vidas, principalmente por acreditar que todas aquelas mortes poderiam ter sido evitadas.

Entretanto, hoje à noite, um membro das forças de segurança garantiu que a Praça Rabaa Al-Adawiya estava “totalmente sob controle” e que já não se registam mais confrontos.