Empresária diz que acredita em aumento do IPI para linha branca após reunião com Mantega

27/06/2013 - 16h52

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A vice-presidenta do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), Luiza Trajano, acredita que haverá reajuste do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) da linha branca e dos móveis. Mais cedo, ela participou de reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em Brasília (DF). A desoneração do imposto entrou em vigor em fevereiro e termina no próximo domingo (30) de junho.

Além do IDV, Mantega esteve reunido com representantes da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel) e da Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira (Abipa).

“Acredito que terá um reajuste. O tamanho dele é que a gente não pode dizer. Estou torcendo, estou sendo bem clara, para [o reajuste] ser menor para não impactar na inflação. A reação na ponta, se for uma alíquota menor [do IPI], a gente dá até para segurar. Agora, se for uma alíquota muito grande, dificilmente a gente segura”, disse Luiza Trajano.

A dona do Magazine Luiza acrescentou que a situação é complicada porque o governo tem um ajuste fiscal a ser feito, mas o governo precisa achar uma solução para algumas questões. “É uma coisa difícil. Você tem que ter ajuste fiscal e, ao mesmo tempo não pode ter inflação, ao mesmo tempo precisa ter vendas porque senão não gera emprego”, destacou.

Luiza Trajano lembrou ainda que, na questão dos preços, os dois setores não querem reajustes para não prejudicar o Programa Minha Casa Melhor. Anunciado este mês pela presidenta Dilma Rousseff ele beneficia os usuários do Programa Minha Casa, Minha Vida. A sugestão, informou, é o governo, se tiver que elevar o IPI, segurar os custos dos insumos para os dois setores, como madeira e aço.

Para ela, o governo tem dado ênfase a um ajuste fiscal, mas é preciso estimular a economia com a manutenção do consumo. “Se não tiver, consumo não tem emprego. Vamos falar a verdade: o Brasil colocou mais de 5 milhões de brasileiros para o mercado de trabalho. Então, tem que ter consumo ao mesmo tempo tem que ter um aperto fiscal. O que eu senti é que o governo está muito comprometido em fazer o ajuste fiscal”, avaliou.

Flávio Rocha, presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), reclamou da onda de manifestações populares que, segundo ele, fez com que as lojas permanecessem fechadas em 10% do tempo. Já no tempo restante, mesmo com as lojas abertas, houve queda do índice de confiança já constatado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), informou. “O IDV entende que havia uma rota de recuperação bastante favorável mas, infelizmente, foram detidas pelos últimos acontecimentos. [As lojas] deixaram de vender em torno de 15% nas duas últimas semanas, em cima da expectativa.

Às 18h, o ministro da Fazenda dará entrevista coletiva para falar sobre o assunto.

Mudanças que podem ocorrer (IPI):



Fogão está em 2% e a alíquota normal é 4%

 

Tanquinho está em 2% e a alíquota normal é 10%

 

Máquina de lavar roupa – está em 10% e a alíquota normal é 20%

 

Móveis, painéis e afins

Móveis e painéis – está em 2,5% e alíquota normal é 5%; Laminados (PET, PVC. Alta Resistência) – está em 2,5% e alíquota normal 15%

Luminárias – está em 7,5% e alíquota normal 15%

 

Papel de parede – está em 10% para alíquota normal de 20%

 

Edição: Marcos Chagas // Matéria atualizada às 17h08

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