Vereadores de São Paulo poderão criar CPI para investigar transporte público

26/06/2013 - 20h19

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Por pressão do Movimento Passe Livre, os 51 vereadores presentes no plenário da Câmara Municipal de São Paulo aprovaram por unanimidade a proposta de criação de mais uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) na Casa, abrindo a possibilidade de investigar o setor de transporte público do município. Atualmente, existem duas em andamento: a do setor de estacionamentos e a que investiga a exploração sexual. Pelo regimento, podem funcionar até cinco CPIs ao mesmo tempo.

Vários pedidos de criação de CPI estão protocolados na Mesa da Câmara Municipal, três deles propõem investigar o setor de transporte público. A votação para escolher a CPI que será criada está prevista para amanhã (27). O vereador Ricardo Young (PPS), autor de uma delas, teme uma manobra para que seja aprovada a proposta do colega Paulo Forilo (PT), que pretende "analisar e avaliar as planilhas de custo do transporte coletivo por ônibus" em São Paulo. A preocupação de Young é que seja aprovada uma CPI que tenha a relatoria ou a presidência do PT, o mesmo partido do prefeito. A terceira proposta é do vereador Paulo Frange (PTB).

Antes do início da sessão de hoje, um grupo de manifestantes protestou em frente ao prédio da Câmara. Eles cobravam a instalação de uma comissão de inquérito para investigar o setor de transporte. O grupo, inclusive, chegou a interromper o trânsito em uma das faixas do Viaduto de Jacareí, onde fica a sede do Legislativo da capital paulista.

Durante a sessão de votação, pessoas ligadas a vários movimentos sociais ocupavam as galerias da Casa, entre elas as do Movimento Passe Livre (MPL), pediam para os vereadores investigar o setor de transporte público do município. "Vamos abrir a caixa-preta", gritavam.

Para Nina Campello, do MPL, a CPI é importante, mas não é prioridade do movimento. Na avaliação dela, é importante questionar a planilha de custos do transporte público. "Não ficou claro e nem mesmo o PT soube esclarecer, se as planilhas atuais foram baseadas nas planilhas de 2011 e se aumentou o percentual de custos, ou se houve questionamento completo das planilhas e dos custos que os empresários apresentaram", disse ao conversar com a imprensa.

Nina também comentou o anúncio feito hoje pelo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que suspendeu a licitação para a renovação das linhas de ônibus da cidade. "É uma iniciativa importante para que a gente tenha abertura maior para a participação popular na renovação das concessões, mas precisamos ver o que a prefeitura vai indicar", ressaltou.

 

Edição: Aécio Amado

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