Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Carregando faixas e cartazes, manifestantes cruzaram a Avenida Paulista, região central da cidade, e foram até a sede do PSC, no final da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, para pedir a saída do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) da presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. O protesto, que reuniu cerca de 200 pessoas, segundo a Polícia Militar, teve uma banda de percussão para dar ritmo aos gritos de guerra. “Eu amo homem, amo mulher, tenho direito de amar quem eu quiser”, era um dos coros entoados enquanto o grupo seguia em passeata.
Os manifestantes criticam as declarações e posicionamentos de Feliciano contra os direitos dos homossexuais e favoráveis a projetos como a “cura gay”. O projeto, aprovado em votação simbólica pela comissão presidida por Feliciano, suprime trechos de resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que proíbe os profissionais da área de tratar a homossexualidade como doença. A proposta ainda precisa ser votada pelas comissões de Seguridade Social e de Constituição e Justiça.
Segundo o membro do Movimento Juntos, um dos articuladores do ato, Thiago Aguiar, o pastor tem conduzido os trabalhos da comissão em sentido contrário às discussões sobre direitos humanos no país. “O Feliciano tomar o comando da Comissão de Direitos Humanos foi uma manobra orquestrada por um setor conservador para aprovar uma agenda que não é dos movimentos sociais ou do debate sobre direitos humanos”, disse.
Para Thiago, o deputado é um símbolo dos problemas que vem sendo criticados pela sociedade na série de manifestações das últimas semanas. “Essas últimas semanas mostraram que há uma indignação da população com uma série de questões, mas em particular com a falta de transparência do Parlamento, dos partidos, da velha forma de fazer política, que a gente acha que está cristalizado no que é o Marco Feliciano”.
Ao lado do filho João, de 4 anos, a estudante de ciências sociais Letícia Pinho também acredita que o momento é propício para se obter uma vitória contra o pastor. “A gente acha que essa onda de mobilizações no Brasil da ânimo e força para que a gente derrube o Feliciano”, disse sobre o deputado que classificou como “racista, machista e homofóbico”. “Quanto mais pessoas estiverem nas ruas, com seus pais, seus filhos, seus avós, vizinhos e amigos, melhor”, acrescentou a estudante, que faz parte do Diretório Central dos Estudantes da Universidade de São Paulo (DCE-USP).
Edição: Fábio Massalli
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