Douglas Corrêa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Comissão da Verdade do Rio manifestou preocupação com a ação da Polícia Militar (PM) nas manifestações dos últimos dias na cidade e na operação para combater traficantes, ontem (25), no Complexo da Maré. A comissão espera do governador Sérgio Cabral providências imediatas e enumerou os últimos casos envolvendo a corporação.
O presidente da comissão, Wadih Damous, disse que a PM não fez um trabalho preventivo para proteger possíveis alvos de vandalismo, como na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e na sede administrativa da prefeitura do Rio. Segundo ele, depois desses episódios, os policiais passaram a "prender e a atacar com violência, de forma indiscriminada, quem estava nas ruas, independentemente de as vítimas da violência policial terem ou não participado de depredações ou até mesmo das manifestações".
Para Damous, é preciso mudar o comportamento dos policiais, "inadmissível" em um regime democrático. "É, também, inaceitável que os presos nas manifestações sejam acusados de formação de quadrilha, recurso que nem a ditadura militar usou. O direito de manifestação política de forma pacífica é assegurado na Constituição e cabe às autoridades respeitá-lo", disse.
Sobre o episódio no Complexo da Maré, onde a ação da PM resultou em várias mortes, Damous classificou de “intolerável” o comportamento dos policiais. Segundo ele, toda a população local foi submetida a um verdadeiro estado de sítio, proibida de deixar suas casas. “Esperamos que o governador Sérgio Cabral tome as providências que a seriedade da situação exige", destacou.
Edição: Aécio Amado
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