Prefeito do Rio defende presidente da Riotur e diz que Justiça vai rever bloqueio de bens

08/02/2013 - 16h21

Vinícius Lisboa
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O prefeito do Rio, Eduardo Paes, defendeu hoje (8) o presidente da Riotur, Antonio Pedro Viegas Figueira, que teve os bens bloqueados por uma decisão judicial, requerida em Ação Civil Pública da 5ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Cidadania da Capital, que investiga o uso de verba pública no projeto Bailes do Rio, no carnaval de 2011.

Paes afirmou que a prefeitura respaldou a iniciativa da Riotur: "a Justiça tomou uma decisão sem as informações corretas. Tudo está dentro da lei. A prefeitura patrocina e apoia vários eventos. O carnaval da cidade precisava ser resgatado, e os bailes fazem parte dele. Tenho certeza de que o Poder Judiciário vai rever essa decisão", disse o prefeito no lançamento oficial do carnaval carioca.

Antonio Pedro, que também estava presente, disse que vai recorrer e usou o mesmo argumento para questionar a decisão: "a gente está trabalhando para fechar o tripé do carnaval, com a Marquês de Sapucaí, os blocos de carnaval, que voltaram com tudo, e o retorno dos velhos bailes de carnaval. É função da prefeitura e da Riotur promover o turismo no Rio de Janeiro. A gente promove a Marquês de Sapucaí e os blocos. Por que não promover os bailes"?

No pedido de bloqueio dos bens, a promotora Patrícia Villela questionou se a população carioca de fato se beneficiou com o financiamento. O texto diz que mais de R$ 2 milhões foram gastos para contratar a empresa L21, sem licitação, para organizar eventos particulares, cujos ingressos variavam de R$ 130 a R$ 4,5 mil. De acordo com a ação, a empresa lucrou mais de R$ 3 milhões com o projeto, que deixou de se chamar Bailes do Rio para ganhar o nome Bailes Devassa, o que configura promoção de uma marca de cerveja.

Também são réus no processo a Riotur, o secretário de Turismo, Paulo Rocha Villela, o diretor administrativo e financeiro, Américo da Costa Borges, a L21 Participações, seu sócio majoritário, Luís André Buono Calainho, e a Primo Schincariol Indústria de Cervejas e Refrigerantes.

Mais dois inquéritos foram abertos para apurar os bailes de carnaval de 2012 e deste ano. Os processos fazem parte da investigação sobre o emprego de verbas públicas no carnaval do Rio. Com o bloqueio de bens, o Ministério Público busca o ressarcimento dos cofres públicos, por considerar irregular a contratação da L21.

 

Edição Beto Coura

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