Brasil e Japão criam fundo de investimento para produção de alimentos em Moçambique

04/07/2012 - 23h21

Da Agência Brasil

Brasília - Os governos do Brasil, Japão e de Moçambique assinaram hoje (4) um acordo de cooperação técnica para captar recursos financeiros para o desenvolvimento da agroindústria no Corredor de Nacala, região ao Norte do país africano. O Fundo Nacala estima arrecadar na primeira fase US$ 2 bilhões. O projeto apresentado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) prevê a troca de conhecimento técnico entre Brasil e Japão para o desenvolvimento da agricultura em Moçambique.

O diretor da FGV Projetos, Cesar Cunha Campos, disse que o fundo deve beneficiar 10 milhões de moçambicanos. “Nós estamos desenvolvendo o plano diretor, que deve contemplar a agricultura familiar, de média e grande porte. A captação do recursos do fundo será toda da iniciativa privada. Deve ser de US$ 1 bilhão do Brasil e US$ 1 bilhão do Japão”.

O projeto deve ser parecido com o desenvolvido no Brasil na década de 1970, para o crescimento da produtividade na região do Cerrado, que possui características semelhantes a das savanas africanas.

O coordenador da FGC Projetos, Cleber Guarany, disse que a tecnologia será brasileira.“Sem o Brasil esse projeto não funcionaria, todo o pacote tecnológico e agroindustrial é nosso. A experiência que nós temos no Pró-Cerrado vai ser transferida para o Pró-Savana. Por estar na mesma latitude do Cerrado, o Corredor de Nacala tem condições de solo e clima idênticos aos do Brasil”.

O plano diretor que deve ser apresentado pela FGV no início de 2013 dará as coordenadas para a aplicação dos recursos. A meta da fundação e privilegiar a produção por meio das cooperativas.

O embaixador da FAO no Brasil, Roberto Rodrigues, ressaltou a importância das cooperativas na produção de alimentos. Segundo ele, elas incluem e diminuem a exclusão social. “As cooperativas se transformaram em pontes entre a produção econômica e o bem-estar coletivo”.

O Corredor de Nacala tem aproximadamente 14 milhões de hectares de terras agriculturáveis e se estende por todo o país. Segundo Guarany, a região tem uma logística privilegiada. “Há boas condições rodoviária, ferroviária e portuária para a escoação da produção. O país poderá exportar para todo o mercado asiático”.

O projeto é uma parceria da FGV, com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Japan Internacional Cooperation Agency (Jica), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Moçambique e Ministério de Agricultura da República de Moçambique.
 

Edição: Rivadavia Severo