Debate sobre hábitos simples que podem salvar vidas marca Dia Mundial da Saúde no Rio

03/04/2012 - 9h05

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Para comemorar o Dia Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) promove hoje (3) um encontro aberto ao público sobre hábitos simples que podem salvar vidas. O seminário Pequenos Procedimentos de Grande Impacto será realizado na sede do instituto, em Manguinhos, na zona norte do Rio, a partir das 11h.

Para um dos coordenadores do evento, o especialista em medicina tropical Claudio Ribeiro, além da falta de saneamento básico, que atinge quase metade da população, a informação precária sobre doenças como malária e diarreia, de origem viral e bacteriana, contribui para mortes que poderiam ser facilmente evitadas.

“A ideia do seminário é sensibilizar professores, médicos e alunos para que informações básicas de saúde cheguem a todos. Por exemplo, há uma maneira certa de lavar as mãos e não adianta lavá-las e depois tocar a maçaneta de um banheiro público. Existem procedimentos corretos em locais públicos”, esclareceu o pesquisador, que lembrou que o procedimento de lavar as mãos já salvou milhões de vidas ao longo da história da humanidade.

Durante o evento, quatro temas serão abordados: higiene das mãos (Patrícia Yvonne, da Adler Consultoria e do Hospital Universitário Antônio Pedro), vacinação, prevenção da dengue e prevenção da malária.

Segundo ele, embora haja um número razoável de recursos diagnósticos ou terapêuticos no país, a população sabe pouco sobre como evitar doenças, como elas são transmitidas e o que pode e deve cobrar dos governos.

“É necessário que haja informação permanente. Pela rádio, nas estações de ônibus, de metrô, sobretudo nas escolas, pois as crianças chegam em casa e ensinam os pais”.

Se por um lado a educação da população ainda é um desafio enorme, na área de pesquisa acadêmica, Cláudio Ribeiro aponta que, nos últimos dez anos, o Brasil avançou muito devido ao aumento de financiamento e da cobrança de qualidade do que tem sido produzido.  

“Entre 145 países onde existem doenças tropicais, o Brasil é responsável por 20% da produção mundial de conhecimento na área de saúde. Um desempenho muito bom”, comemorou o médico. “O Brasil tem tido um desempenho excepcional ao investir pesadamente no financiamento de pesquisas em doenças tropicais por serem causas importantes de nossa patologia. Agora falta investir pesadamente na educação das pessoas”.

Edição: Graça Adjuto