Alunos da USP reforçam protestos contra patrulhamento da Polícia Militar ocupando prédio da reitoria

02/11/2011 - 15h24

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Reforçando a reivindicação para que a Universidade de São Paulo (USP) revogue convênio firmado com a Polícia Militar (PM) para o patrulhamento do campus, um grupo de estudantes ocupa há pelo menos 15 horas o prédio da reitoria da Universidade de São Paulo (USP), na Cidade Universitária. A ação faz parte de uma série de manifestações promovidas por alunos da universidade desde o último dia 27 contra o patrulhamento da PM.

Antes de ocupar a reitoria, os estudantes ocupavam o prédio da administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da universidade. Ontem (1º), eles realizaram uma assembleia e decidiram deixar o prédio da faculdade e ocupar a reitoria. “A assembleia geral dos estudantes da USP deliberou por ampla maioria ocupar o prédio da reitoria da universidade”, informaram os manifestantes, em nota sobre a ação. “Esta ocupação é uma continuidade da ocupação da administração da FFLCH”, esclareceram.

Os protestos foram deflagrados depois de confronto ocorrido entre estudantes e PMs, por causa da detenção de três alunos, flagrados fumando maconha no estacionamento da faculdade.

Na nota, os estudantes pedem a revogação do convênio com a PM e dos processos contra estudantes, professores e funcionários. Exigem ainda que o reitor, João Grandino Rodas, se pronuncie sobre o assunto.

Nesta manhã, os estudantes que ocupam a reitoria informaram que não há previsão para o fim da manifestação. Encapuzados, eles armaram uma barreira em frente ao prédio e não permitem a entrada de pessoas que não são manifestantes. A segurança da USP monitora a ação dos estudantes. A PM também patrulha o local.

Em contraponto, há alunos que defendem o patrulhamento da PM no campus. Ontem, estudantes da USP fizeram uma manifestação convocada por meio das redes sociais, para apoiar a presença da polícia na segurança da Cidade Universitária. A manifestação ocorreu na Praça do Relógio e reuniu cerca de 200 alunos. Os organizadores do movimento favorável ao policiamento no campus alegam que “a presença da Polícia Militar é necessária” por causa da falta de preparo da Guarda Universitária para exercer o trabalho de segurança do local.

A Agência Brasil tentou contato com a assessoria de comunicação da USP, mas ninguém foi encontrado para comentar a ocupação da reitoria da universidade.

Edição: Lana Cristina//A matéria foi ampliada